A Apple confirmou as expectativas e apresentou nesta quarta-feira a segunda geração do iPad, que será lançada nos Estados Unidos em 11 de março por preços que vão de US$ 499 a US$ 829. O ultraportátil — que teve 15 milhões de unidades comercializadas entre abril e dezembro de 2010 — ficará mais leve, mais fino, mais rápido e ganhará duas câmeras. Outros 26 países receberão a novidade no dia 25 de março (entre eles Austrália, Áustria, Bélgica, Reino Unido, Itália, França, México, Alemanha e Finlândia), mas ainda não há informações sobre data de lançamento no Brasil.

O anúncio desta quarta fez com que a Apple baixasse os preços do atual modelo no Brasil: foram da faixa de R$ 1.650 a R$ 2.599 para R$ 1.399 até R$ 2.399, segundo a MacWorld.

Steve Jobs, diretor-executivo da empresa, interrompeu sua licença médica anunciada em meados de janeiro para apresentar a novidade. O principal destaque da segunda geração é a inclusão de câmeras, um recurso já oferecido por outros modelos de tablets e até então inexistente no ultraportátil da Apple (que, segundo Jobs, tem 90% de participação de mercado).

As duas câmeras tiram fotos e fazem vídeos. A da frente é VGA e a traseira é de alta definição (vídeos em 720 p). Por conta desses novos recursos, o tablet também oferece a tecnologia de videoconferência FaceTime, compatível com iPad 2, iPhone 4 e Mac via Wi-Fi (por isso, o usuário não paga pela ligação).

O modelo também é 33% mais fino do que seu antecessor (8,8 mm contra 13,4 mm): “O novo iPad é mais fino que seu iPhone 4”, disse Jobs. A novidade, disponível nas cores branca e preta, pesa 590 gramas, contra 680 gramas do modelo “antigo”. Outro novo recurso é o giroscópio, tecnologia que cria uma sensação melhor de movimento que o acelerômetro e deixa os jogos mais interessantes. Ele possui três eixos e permite movimentos independentes de giros, como o de um pincel ou inclinação para frente ou para trás..

O iPad 2 também transmitirá vídeo para outros equipamentos com resolução Full HD (1080p). Para ter acesso a vídeos de alta definição, o usuário deverá desembolsar cerca de US$ 40 para comprar um acessório que faz a conversão da saída padrão da Apple para HDMI. Sua bateria manterá as dez horas de duração se o usuário assistir a vídeos, navegar na web ou ouvir músicas.

O novo iPad será vendido da mesma forma que a versão anterior, com base nos tipos de conexão sem fio e capacidade de armazenamento. Os modelos apenas com Wi-Fi serão vendidos por US$ 499 (16 GB), US$ 599 (32 GB) e US$ 699 (64 GB). Já as versões do tablet com Wi-Fi e 3G custarão US$ 629 (16 GB), US$ 729 (32 GB) e US$ 829 (64 GB). Os valores são os mesmos cobrados no lançamento da primeira geração do tablet.

Sistema operacional
Além do iPad 2, a empresa divulgou a atualização do sistema operacional iOS, que chega à 4.3. Prevista para ser liberada no dia 11 de março para iPad, iPhone e iPod touch (3ª e 4ª geração), o update possibilitará , por exemplo, que o iPhone transforme-se em um hotspot (ele funcionará como distribuidor de sinal de internet).

Outra novidade é o iTunes Home Sharing, que permite ao usuário compartilhar conteúdo com outros gadgets da Apple via rede sem fio. Também são esperadas melhorias no navegador Safari.

Agora equipado com duas câmeras, será possível tirar fotos e gravar vídeos com o iPad. Pensando nisso, a empresa disponibilizará o Photo Booth (aplicativo que coloca efeitos em imagens) para o tablet e uma versão do iMovie (editor de vídeos da Apple). Este último custará US$ 4,99 na loja de aplicativos.

Números
Durante o evento, Jobs afirmou que o aplicativo iBooks, para leitura e compra de livros, já teve mais de 100 mil downloads de publicações em menos de um ano. Já há mais de 17 mil livros disponíveis. Outro marco anunciado pelo cofundador é o fato de sua empresa ter pago mais de US$ 2 bilhões a desenvolvedores de aplicativos.

Quanto ao iPhone, o diretor-executivo foi irônico ao comentar sobre os esforços da concorrência. “Várias pessoas tentaram copiá-lo”, disse, ao anunciar que já foram vendidos mais de 100 milhões de aparelhos no mundo.

Ao comparar a quantidade de aplicativos para tablets, Jobs afirmou que o Honeycomb (sistema operacional para aparelhos do Google) conta com 100 programas na Android Market, enquanto o iPad tem 65 mil alternativas na App Store.

Guerra de tablets
Com a apresentação e início da vendas do iPad no ano passado, a concorrência começou a fabricar aparelhos que estivessem à altura do tablet da Apple. O mercado está tão aquecido que, segundo a empresa de pesquisa PRTM, no fim de 2010 havia cerca de 30 modelos disponíveis no mercado. Atualmente, há 102 tablets de 64 fabricantes que estão disponíveis para a venda ou em desenvolvimento, segundo informações do “The Wall Street Journal”.

Um dos pontos de partida para o crescimento do número de tablets neste início de ano foi o lançamento de vários modelos na CES 2011 (feira de tecnologia realizada nos Estados Unidos) e no Mobile World Congress (evento de empresas de tecnologia móvel realizado na Espanha).

Na feira dos Estados Unidos, marcas como Motorola e Sharp apresentaram modelos com o sistema Android do Google. Um dos destaques foi o Xoom da Motorola, um dos primeiros tablets com tela de 10 polegadas e processador de dois núcleos.

Já no evento espanhol, Samsung, Toshiba, HTC e LG mostraram seus concorrentes . Os principais recursos dos tablets são: câmera que grava imagens em 3D (caso do LG Optimus Pad), tamanho aliado com câmeras que filmam em alta definição (caso do Samsung GalaxyTab 10.1) e portas USB (caso do tablet da Toshiba, ainda sem nome).

Correm ainda por fora da chamada “guerra dos tablets” a RIM, fabricante da BlackBerry, com o tablet Playbook e, mais recentemente, a HP com o TouchPad, que virá com o sistema WebOS, desenvolvido pela Palm.

No Brasil, os únicos modelos comercializados disponíveis no varejo são o Apple iPad e o Samsung GalaxyTab.