O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez nesta sexta-feira (18) uma advertência ao líder líbio, Muammar Khadafi, afirmando que ele precisa acatar imediatamente os termos de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige o fim das hostilidades contra opositores de seu regime ou irá enfrentar consequências.
“O coronel Khadafi agora tem uma escolha. Um cessar-fogo deve ser imediatamente implementado, suas tropas devem sair de cidades controladas por rebeldes e seus fornecimentos de água e eletricidade, normalizados”, disse ele.
“Todos os ataques contra civis devem parar. Khadafi deve impedir que suas tropas continuem avançando para Benghazi e retirá-las de Ajdabiyah, Misrata e Zawiya. O povo líbio precisa ter acesso a assistência humanitária. Deixe-me ser muito claro: Esses termos não são negociáveis. Se ele não acatar, a comunidade internacional irá impor conseqüências”, afirmou.
O presidente americano afirmou que “temos todos os motivos para acreditar que, se deixado só, Khadafi cometeria atrocidades contra seu povo” e poderia desestabilizar a região.
Segundo Obama, soldados americanos não vão ser enviados para operações terrestres na Líbia e os Estados Unidos vão agir “como parte de uma coalizão internacional”.
“A liderança americana é essencial, mas não significa que agiremos sozinhos. Por isso orientei a secretária [de Estado, Hilary] Clinton a viajar para um encontro em Paris para discutir com nossos aliados europeus e parceiros árabes a aplicação da resolução 1973”, disse Obama, se referendo ao texto aprovado pela ONU que autoriza o uso da força militar contra Khadafi.
Nesta sexta-feira (18), o governo líbio anunciou um cessar-fogo com os rebeldes. Muitos líderes da comunidade internacional se mostraram reticentes a respeito do anúncio.
Horas após o anúncio feito por Tripoli, forças pró-Khadafi atacaram a cidade de Misrata, a única grande cidade controlada por rebeldes no Oeste do país, com tanques e artilharia pesada. Fontes médicas afirmam que os ataques mataram dezenas de pessoas, incluindo crianças.
Testemunhas dizem que os ataques desta sexta-feira foram os mais violentos desde o início da crise. O fornecimento de água e eletricidade da cidade foi cortado há dias.
Também há relatos de confrontos nas cidades de Zintan e Nalut, também no Oeste.
No Leste, nos últimos dias, as tropas do governo vinham avançando na região entre as cidades de Ajdabiya e Benghazi – o principal bastião dos rebeldes.