O terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter, seguido por um forte tsunami, que atingiu a costa nordeste do Japão, deixou até agora 574 mortos, segundo dados oficiais. A mídia local, contudo, reporta ao menos 1.300 vítimas fatais. Outras 1.105 pessoas foram feridas e 586 estão desaparecidas.

A verdadeira escala da destruição ainda não foi avaliada, mais de 24 horas depois do terremoto, que destruiu estradas e aeroportos, dificultando o acesso à região. Acredita-se que um incontável número de corpos jaz dentre os destroços em vários municípios.

Detalhes da tragédia continuam a surgir. Neste sábado, a agência Kyodo News informou que operadores ferroviários perderam o controle de quatro trens que trafegavam por linhas férreas costeiras na sexta-feira. As composições ainda não tinham sido encontradas até a tarde deste sábado, no horário local. A East Japan Railway Co., que opera as linhas, informou que não sabe quantas pessoas viajavam nos trens.

O primeiro-ministro Naoto Kan disse que 50 mil soldados do Exército se juntarão ao esforço de resgate e recuperação das áreas atingidas. “A maioria das casas ao longo da linha costeira foi destruída e há muitos incêndios ali”, disse Kan, após sobrevoar a região por helicóptero.

Desabrigados

Mais de 215 mil pessoas estão vivendo em 1.350 abrigos temporários em cinco prefeituras (equivalentes a Estados), segundo a agência de polícia nacional. Desde o terremoto, mais de um milhão de famílias no nordeste do país está sem água.

O Ministério dos Transportes disse que todas as estradas que ligam Tóquio às áreas atingidas estão fechadas. Passam por ali apenas veículos de emergência. Os telefones celulares ainda não voltaram a funcionar na região. Estações locais de TV transmitem imagens de pessoas fazendo fila para água e comida. Em Fukushima, os funcionários municipais estavam distribuindo garrafas de bebidas, lanches e cobertores. Mas há grandes áreas cercados pela água e inacessíveis.

O premiê Kan informou que 190 aeronaves militares e 25 navios foram enviados para a região, com continua a reportar abalos. Mais de 24 horas após o principal tremor, cerca de 125 tremores ocorrerem, muitos deles fortes, com magnitude de 6.0 na escala Richter.