Tratores da Secretaria Especial de Ordem Pública do Rio de Janeiro destruíram hoje (30) 3.753 máquinas caça-níqueis. Os equipamentos estavam armazenados no depósito da Companhia Docas, na zona portuária do Rio. Eles foram apreendidos nas diversas operações da Polícia Civil nos últimos três meses.
Antes de serem destruídas, as máquinas passam por uma perícia para configurar o crime de contrabando, e são desmontadas. A partir daí, as autoridades aguardam a liberação da Justiça para a destruição das carcaças. A ação resulta de uma parceria entre Secretaria de Segurança, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual.
De acordo com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a intenção é dar continuidade às apreensões. “Estamos caminhando num quantitativo importante. A tendência e a nossa proposta é dar continuidade a isso”, disse Beltrame.
A estimativa é que o valor de cada máquina caça-níquel seja aproximadamente R$ 2 mil. Segundo a Polícia Civil, está em estudo a assinatura de um convênio com escolas estaduais, que aproveitariam parte dos componentes eletrônicos das máquinas, como monitores e placas, para a montagem de novos computadores.
“Na medida em que se tiver condições aproveitar as estruturas e as placas-mãe, a gente vai aproveitar”, disse o secretário. No depósito, mais 3 mil máquinas caça-níqueis continuam armazenadas aguardando a liberação dos peritos e da Justiça para serem destruídas.
Em 2007, o governo do estado fez um projeto de transformação de caça-níqueis em computadores, para serem repassados a instituições de ensino. Segundo a Secretaria de Ciência e Tecnologia, idealizadora do projeto na época, dezenas de computadores foram repassados às instituições. Porém, devido aos custos operacionais e ao tempo, que tornou os componentes obsoletos, a iniciativa foi deixada de lado.
No Rio Grande do Sul, um projeto da Inspetoria da Receita Federal em Porto Alegre, o Ministério Público Estadual e o Centro Social Marista recicla caça-níqueis e aproveita peças dessas máquinas para a montagem de computadores, que são encaminhados à doação. Experiências semelhantes ocorrem no Rio Grande do Norte e no interior de São Paulo.