Nos dias que antecedem a Páscoa, os pescados se tornam o alimento mais consumido na mesa dos brasileiros. Com o aumento da demanda pelo produto, o consumidor deve ficar atento às recomendações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para garantir refeições saudáveis.
A primeira recomendação é sobre o local da compra, que precisa apresentar condições higiênico-sanitárias adequadas. É fundamental verificar se o peixe é proveniente de estabelecimentos sob inspeção veterinária oficial (federal, estadual ou municipal). Nas mercadorias embaladas, o selo do serviço de inspeção comprova a fiscalização. Informações como tipo de pescado, data em que foi embalado e prazo de validade também devem ser observadas. Se o produto estiver exposto, o consumidor deve perguntar sobre a origem.
Segundo o fiscal federal agropecuário da Divisão de Pescados do Ministério da Agricultura, Paulo Humberto de Lima Araújo, os maiores riscos estão geralmente associados às temperaturas de conservação. Pescados frescos expostos devem estar cobertos por uma farta camada de gelo, de forma a garantir que a temperatura de segurança seja mantida, entre 0°C e 5°C. Peixes congelados precisam ser mantidos em balcões apropriados de acordo com as recomendações do fabricante, normalmente abaixo de -18ºC.
Com relação aos produtos congelados, o consumidor deve estar atento a possíveis fraudes econômicas. “O glaciamento dos produtos é um processo legalmente utilizado pelas empresas no qual se adiciona uma camada de gelo ao pescado congelado, que tem a função de proteção do produto contra a desidratação e oxidação pelo frio”, explica o fiscal Paulo Araújo. O peso líquido declarado ao consumidor deve descontar o peso da água utilizada no procedimento.
OUTROS ASPECTOS – Na hora de escolher o peixe fresco, o cliente deve verificar outros aspectos que também são fundamentais para determinar a qualidade do produto. A deterioração do pescado provoca perda de textura, odores desagradáveis, alterações na aparência da pele e dos olhos e na coloração.
A consistência da carne deve ser firme e elástica e o cheiro suave, semelhante ao de algas marinhas. Estas características são mais facilmente percebidas nas guelras e na região abdominal. A superfície do pescado recém-capturado tem o aspecto brilhante e liso, enquanto os olhos são convexos e brilhantes.
Manchas negras em espécies como camarão e lagosta e o aparecimento de coloração amarelada na pele dos peixes são indícios de apodrecimento. Nos animais de cor vermelha, se a tonalidade “sangue” estiver mais clara ou escura e o aspecto pegajoso, as condições para o consumo podem estar comprometidas.
O bacalhau deve ser armazenado entre 0 e 5ºC, apesar de ter a comercialização permitida à temperatura ambiente, por períodos não prolongados. Uma característica visível que demonstra problemas de conservação é o aparecimento de manchas avermelhadas no produto. A proliferação de bactérias deteriorantes pode também ser percebida pelo tato – com a apresentação de limo superficial e amolecimento da carne – e pelo olfato, com a detecção de odor de podridão. (Marcos Giesteira).