Representantes da Petrobras, da Secretaria de Trabalho e Renda do estado do Rio e dos 13 municípios que fazem parte do Consórcio Municipal do Leste Fluminense (Conleste) se reuniram hoje (15) para discutir a falta de mão de obra local especializada para trabalhar na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O encontro ocorreu na prefeitura de Itaboraí, município onde está localizado o empreendimento.
De acordo com o secretário municipal de Trabalho e Renda de Itaboraí, Saíde Abrão, dos quase 10 mil postos de trabalho abertos em 2011 para as obras do Comperj, 60% não foram preenchidos pelos trabalhadores da região. Ele ressaltou que, se não houver qualificação, os moradores de Itaboraí e dos municípios vizinhos não poderão ocupar os postos de trabalho disponíveis. “Isso faz com que as empresas tragam trabalhadores de outros estados. E isso promove degradação e inchaço no nosso município. Essas pessoas não moram aqui, não consomem aqui e, na realidade, só nos trazem problemas porque utilizam tudo do nosso município e não dão nada”.
Ainda de acordo com o secretário, a Petrobras está participando da qualificação dos profissionais de acordo com as necessidades das empresas que atuam no canteiro de obras, facilitando assim as contratações. A representante da Petrobras, que é gerente setorial de Responsabilidade Social do Comperj, Nailda Marques, informou que, para garantir e elevar a qualidade da mão de obra, a empresa se comprometeu a monitorar e acompanhar os cursos de capacitação. Os cursos serão promovidos em parceria com o Ministério do Trabalho e a Secretaria Estadual de Trabalho e Renda, por meio do Plano Setorial de Qualificação (PlanSeQ).
“A Petrobras se comprometeu a monitorar e acompanhar esses cursos. Nós temos uma meta de qualificar 30 mil pessoas. Hoje, já qualificamos 6 mil e, em um ano, vamos qualificar mais 7 mil. E 77% deles já estão empregados na área de influência do empreendimento”, disse Naílda
Segundo o subsecretário estadual de Qualificação e Capacitação Profissional, Charbel Zaib, a perspectiva é que 100 mil pessoas sejam qualificadas para atender toda a demanda do complexo petroquímico. “Além das empresas que vão se instalar diretamente no Comperj, você tem uma gama de outras empresas que vão se instalar no entorno e que vão fornecer para o Comperj, vão trabalhar de forma complementar ao próprio Comperj. Então a nossa perspectiva de necessidade de qualificação, para os próximos sete anos, é de 100 mil pessoas”, disse o subsecretário.