O porta-voz do atual governo da Costa do Marfim, Ahoua Don Mello, negou hoje (5) que o palácio presidencial onde se encontra o presidente do país, Laurent Gbagbo, tenha sido tomado por forças de oposição. Elas são lideradas por Alassane Ouattara, que venceu as últimas eleições e tenta tomar posse embora esbarre na resistência de Gbagbo. As organizações não governamentais estimam que mais de 800 pessoas morreram nos embates entre os grupos políticos adversários.
A reação do porta-voz ocorre no momento em que aliados de Ouattara informaram ter assumido o controle do prédio público. Porém, Don Mello afirmou que o palácio presidencial e o campo militar de Agban continuam sob o controle das forças de Gbagbo. Mas ele confirmou que houve ataques de aviões da Organização das Nações Unidas (ONU) e da França.
O comandante do Exército de Gbagbo, general Philippe Mangou, disse que as tropas suspenderam os combates hoje e pediram um cessar-fogo às forças da ONU.
Desde a semana passada, aliados de Ouattara enfrentam as forças fiéis a Gbagbo em Abidjan, depois de o resto do país ter sido tomado pelas forças do presidente eleito. Ontem (4) os aliados de Ouattara anunciaram o lançamento de uma ofensiva contra o palácio e a residência de Gbagbo.
Os combates se intensificaram com a entrada em cena da ONU e da França. A crise na Costa do Marfim começou há mais de quatro meses, na sequência das eleições presidenciais de 28 de novembro. Ouattara foi reconhecido como presidente eleito pela maioria da comunidade internacional, mas Gbagbo recusa ceder o poder a ele.