A operação de resgate dos restos mortais de passageiros e de parte da fuselagem do Airbus A330, submersos no Oceano Atlântico e localizados ontem (3), deve começar entre três semanas e um mês, afirmou hoje (4) o responsável por investigar as causas do acidente, Alain Bouillard. O voo 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris. O avião transportava 228 pessoas e caiu no oceano em 31 de maio de 2009.
Bouillard confirmou que “vários corpos” foram encontrados durante a quarta operação de busca da fuselagem e das caixas-pretas do avião, iniciada em 25 de março, em uma área de 10 mil quilômetros quadrados que não havia sido vasculhada até então. Esta quarta fase de buscas era considerada a “operação da última chance” para encontrar as caixas-pretas do avião.
Em uma coletiva de imprensa ocorrida hoje, na sede do Escritório de Investigação e Análises (BEA, na sigla em francês) em Le Bourget, nos arredores de Paris, a ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse que a descoberta de parte do avião “é um momento muito importante para o luto das famílias e para permitir maior segurança no setor aeronáutico”.
De acordo com Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, já foi iniciado o processo de licitação para definir o navio e os equipamentos que serão utilizados para resgatar os destroços do avião da Air France. A ministra e Troadec não fizeram qualquer comentário sobre a localização e o resgate dos corpos, afirmando que as famílias das vítimas deverão ser informadas primeiro.
Para Alain Bouillard, “é fundamental localizar as caixas-pretas do avião para determinar as causas do acidente”. Porém, mesmo que os equipamentos sejam resgatados, os técnicos do BEA ainda não sabem se os dados técnicos sobre o voo e as conversas dos pilotos foram conservados e se poderão ser analisados.
Até o momento, o BEA afirma que um problema com os sensores de velocidade do avião, os chamados tubos pitot, teriam contribuído para o acidente.