Israel acusou na segunda-feira o engenheiro palestino Dirar Abu Sisi, que está preso, por centenas de tentativas de homicídio ao desenvolver os mísseis disparados em Gaza pelo grupo islâmico Hamas contra israelenses.
Diretor da única estação de energia da Faixa de Gaza, Abu Sisi disse que foi sequestrado por agentes israelenses durante uma visita à Ucrânia em fevereiro e acusa Israel de fabricar as acusações.
Uma corte na cidade de Beersheba, no sul de Israel, apresentou um documento de 15 páginas com a acusação formal, cobrindo o período entre 2002 e 2008, finalmente revelando as acusações no centro desse caso cercado por mistério.
“Abu Sisi esteve envolvido no desenvolvimento de mísseis a serem lançados pelo Hamas, inclusive aumentando o alcance deles e a capacidade de perfurar o aço para que penetrassem em veículos blindados e, portanto, atingissem soldados”, disse um sumário da acusação.
“Abu Sisi é indiciado por nove acusações relacionadas a atividade numa organização terrorista, centenas de acusações de tentativa de homicídio, conspiração para cometer homicídio e produção de crimes com armamentos”, acrescentou.
O Hamas e militantes palestinos lançaram vários foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel, em especial em 2008, quando, afirma Israel, cerca de 3 mil projéteis foram disparados pela fronteira, deflagrando uma ofensiva de Israel por três semanas.
O grupo militante diz que Abu Sisi não é integrante do Hamas.
Antes de ver os detalhes do indiciamento, a mídia israelense especulava que Abu Sisi poderia saber algo sobre o paradeiro do soldado Gilad Shalit, abduzido por militantes de Gaza numa incursão de 2006.
Mas não há menção sobre isso no documento de acusação.
“Todas essas acusações foram fabricadas depois que (Israel) descobriu que não estou envolvido no caso (de Shalit). Agora, eles fabricam acusações”, disse Abu Sisi na segunda-feira.
O advogado dele sugeriu na segunda-feira que ele pode ter admitido parte das acusações, mas afirmou que foi interrogado sob ameaça.