O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), António Guterres, elogiou hoje (4) o apoio do governo de transição do Egito aos imigrantes líbios, que tentam escapar dos confrontos armados no seu país. Guterres se disse, porém, preocupado com a situação interna da Líbia e, por isso, apelou ao governo do presidente Muammar Khadafi que permita aos necessitados acesso à ajuda humanitária.
De acordo com a Acnur, desde o início da crise política na Líbia, em fevereiro, mais de 160 mil pessoas cruzaram a fronteira com o Egito. Mas os funcionários da agência informaram que, nos últimos dias, diminuiu o movimento nos postos de fronteira. Até o começo de fevereiro era o Egito que vivia momentos de tensão em decorrência de protestos contra o governo do então presidente Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro.
Em conversas com o primeiro-ministro do Egito, Essam Sharaf, e outras autoridades egípcias, Guterres elogiou a disposição do governo provisório de abrir as fronteiras para os que querem fugir da Líbia. Segundo ele, a iniciativa é “um novo marco para a proteção dos refugiados no país”.
De acordo com Guterres, a Acnur tem condições de ampliar o programa de assistência na Líbia. Com a permanente chegada de refugiados ao Egito, o alto comissário afirmou que o compromisso é aumentar o número de assentamento. Atualmente há pouco mais de 40 mil refugiados e pedidos de concessão de refúgio encaminhados ao governo do Egito. Nos dois dias que esteve no Cairo, Guterres se reuniu com Amr Moussa, o secretário geral egípcio da Liga Árabe, e ambos se comprometeram em buscar o fortalecimento das relações entre as duas organizações.