A moagem de cana-de-açúcar começou ontem (14), em 90 usinas. Isso deve ampliar a oferta de etanol, cujo preço subiu muito nas últimas semanas. A cerimônia de abertura oficial da safra de cana da Região Centro-Sul ocorreu na Usina Santa Luzia, da ETH Bioenergia, no município de Nova Alvorada do Sul, em Mato Grosso do Sul.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), metade das 90 usinas que entraram em atividade ontem está no estado de São Paulo, que produz 50% da cana brasileira.
Além delas, mais 195 começarão a moagem na segunda quinzena de abril e 50, na primeira metade de maio.
“O que assistimos até aqui foi um esforço enorme de todo o setor, contribuindo para a estabilização da oferta e do abastecimento, tanto do etanol anidro quando do hidratado, neste período crítico de final da entressafra e início da nova safra,” afirmou o presidente da Unica, Marcos Jank, durante a cerimônia, de acordo com nota divulgada pela entidade.
De acordo com Jank, o setor sucroenergético brasileiro precisa da criação de condições para retomar seu crescimento. A expansão do setor era de 10% ao ano antes do início da crise financeira mundial, no final de 2008, e depois caiu para 3% ao ano. Ele disse que a evolução atual é insuficiente para atender à demanda, que se ampliou principalmente com o aquecimento das vendas de carros bicombustíveis.
Há uma semana, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que deve ser publicada nas próximas semanas uma medida provisória com “uma nova política para o setor sucroalcooleiro”, separando etanol de açúcar, apesar de terem a mesma origem – a cana. Ele afirmou ainda que o governo apoiará o setor na retomada de investimentos, mas cobrará contrapartidas, como garantia de suprimento.
A estimativa da Unica é que na safra 2011/2012 sejam moídas 568,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul, um aumento de 2,11% em relação aos 556,7 milhões de toneladas processadas na safra anterior.
O último levantamento da atual safra brasileira de cana (2010/2011), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro, prevê que do total da cana moída 46,2% serão destinadas à produção de açúcar e 53,8%, transformados em etanol, o que representa um volume de 27,6 bilhões de litros.