Dezesseis pessoas foram presas pela Polícia Federal na manhã de hoje (5), durante a Operação Dèjá-Vu 2, feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal. A operação ocorreu em Curitiba, em outras cidades do Paraná, e nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso e Acre, além do Distrito Federal. Os presos são acusados de integrar uma quadrilha que desviava recursos públicos por meio de contratos firmados entre prefeituras paranaenses e organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips).
Só em Curitiba, 11 pessoas foram presas. Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 33 ações de busca e apreensão .
Segundo o agente da PF Marcos Koren, as fraudes investigadas ocorriam em duas organizações com sede no Paraná – a Adesobras e Ibidec – que desviavam os recursos recebidos em favor dos dirigentes, além de beneficiar terceiros. Koren disse que, durante as investigações, foram descobertas parcerias entre uma das Oscips, o Ministério da Justiça e o município de Itaipulândia, que envolviam recursos da ordem de R$ 3,44 milhões .
No relatório divulgado pela PF, uma das oscips firmou contratos, entre 2006 e 2009, com as cidades de Curitiba, Cascavel, Itaipulândia, entre outras, na ordem de R$ 22 milhões. Um outro convênio, envolvendo a mesma quadrilha, firmado entre 2003 e 2006 com municípios paranaenses, totalizou R$ 65 milhões.
A quadrilha fazia simulação de contratos de prestação de serviços com empresas de consultoria e de serviços prestados e gerava despesas fictícias. Eram emitidas notas fiscais frias para falsas consultorias.
Também foi descoberto superfaturamento de serviços médicos, cobrança de valores excessivos a título de taxa de administração (até 22%) e uso de recursos públicos para despesas e aquisição de material permanente na sede das oscips.