A taxa anual de desmatamento do Cerrado, que era de 14,2 mil quilômetros quadrados (km²) por ano entre 2002 e 2008, caiu para 7,6 mil km² por ano entre 2008 e 2009. O levantamento foi divulgado hoje (6) pelo Ministério do Meio Ambiente. O ritmo da derrubada caiu quase pela metade, de 0,69% para 0,37% ao ano.
Apesar da redução, o bioma ainda é um dos mais ameaçados do país. No acumulado até 2009, o desmatamento no Cerrado já atingiu 48,2% da cobertura original – quase 1 milhão de km².
A devastação na região está concentrada nos estados do Maranhão, Tocantins e no oeste da Bahia e está ligada à produção agropecuária e à indústria do carvão, segundo o levantamento. “Corresponde basicamente a frente de ocupação e a expansão agropecuária no Brasil, especialmente soja”, de acordo com o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias.
Entre 2008 e 2009, o estado que mais desmatou o Cerrado foi o Maranhão, responsável pela devastação de 2,2 mil km² de vegetação nativa. Dos 20 municípios que mais desmataram o bioma no período, nove são maranhenses. No Tocantins, o bioma perdeu 1,3 mil km² em um ano e na Bahia, 1 mil km².
Segundo Dias, entre as causas para a redução do ritmo do desmate estão a crise econômica de 2009 e o fortalecimento das medidas de combate ao desmatamento do Cerrado nos últimos anos. “Com a crise houve redução de investimentos e o lançamento do PPCerrado [Plano de Ação para Prevenção e Combate do Controle do Desmatamento e das Queimadas do Cerrado] aumentou a atenção dada ao desmatamento no bioma.”
Até o segundo semestre, o governo pretende divulgar os dados do desmatamento do Cerrado em 2010, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.