O estado de saúde do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, 82 anos, é instável, informou hoje (13) a imprensa estatal egípcia. Ontem (12), ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no balneário de Sharm El Sheikh, no Nordeste do país. De acordo com a imprensa estatal, ele sofreu um ataque cardíaco.

Mubarak e seus dois filhos, Alaa e Gamal, tiveram ordens de prisão decretadas pela Justiça egípcia. O ex-presidente foi acusado de corrupção e abuso de poder durante os 30 anos em que esteve no poder.

Alaa e Gamal foram levados a uma prisão nos arredores do Cairo. Segundo relatos, na chegada ao presídio, ambos receberam uniformes brancos e foram hostilizados pelas demais presos.

Mubarak foi hospitalizado depois de passar mal durante interrogatório sobre corrupção e violação dos direitos humanos em seu governo (1981-2011). Durante a sessão, houve perguntas sobre as morte de centenas de manifestantes nos protestos que antecederam sua saída do poder, em 11 de fevereiro.

De acordo com a TV estatal, funcionários do hospital disseram que o ex-presidente vinha se recusando a comer e a beber desde o início do interrogatório, no domingo. Há informações de que o pedido dos médicos de Mubarak para levá-lo à Alemanha para um tratamento foi sido negado pelas autoridades egípcias.

Após os protestos que forçaram sua renúncia, o ex-presidente e sua família foram proibidos de deixar o país e tiveram os bens congelados. No ano passado, Mubarak se submeteu a uma cirurgia na vesícula biliar na cidade alemã de Heidelberg e há rumores, negados por seus auxiliares, de que a saúde do ex-presidente ficou frágil desde então.

Em mensagem gravada no domingo, Mubarak quebrou o silêncio de quase dois meses dizendo que sua reputação e a de seus filhos foi prejudicada e que ele lutaria para limpar o nome da família.
Desde que deixou o poder, o ex-presidente passou a viver em Sharm El Sheikh e vem adotando uma postura discreta, evitando declarações em público sobre a situação atual do país.