Nas últimas semanas, Santa Mercedes e Panorama receberam as “missões para Cristo com Maria” com os Arautos do Evangelho e a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que foi abençoada pelo papa João Paulo II em 2001, em Roma (Itália).
A comunidade móvel “Cavalaria de Maria” percorre a cada período de uma semana ou de dias, uma paróquia diferente a convite dos bispos ou dos párocos, a fim de colaborar no labor pastoral.
Em Santa Mercedes (paróquia Nossa Senhora das Mercês), a acolhida foi feita pelo padre Tony Funabashi Takuno e, em Panorama (paróquia São José) pelo padre Luiz Eduardo Cardoso de Sá.
A programação envolveu atividades como missas, confissões, exposição, bênção do Santíssimo Sacramento e visitas aos paroquianos.
Foram 21 arautos em missão, que se dividiram em grupos e batendo de porta em porta com a imagem de Nossa Senhora, convidavam todos para participar das missas. Em cada casa, perguntavam sobre a situação da família quanto aos sacramentos (Batismo, Primeira Comunhão, Crisma, Matrimônio e Unção dos Enfermos) elaborando um censo paroquial, que é entregue ao padre. Também esclareciam sobre a importância do dízimo no sustento da paróquia.
Durante as missas, os Arautos tocavam e cantavam. Muitos fiéis tiveram a oportunidade de conhecer os cânticos gregorianos, que estão restritos aos mosteiros e a grupos de admiradores desde que o latim deixou de ser a língua oficial na liturgia da igreja.
A reportagem conversou com o missionário Carlos Taniguchi, que contou que eles têm aulas de música e canto. Os instrumentos tocados foram trompetes, teclado eletrônico, trombones, trompa, bombardino e caixa (percussão).
Entre os jovens missionários há dois estrangeiros, Obrien Bosco Luis, de Bombaim (Índia) e Sérgio Céspedes, de Cochabama (Bolívia). Obrien faz as filmagens das missas e cuida da transmissão pelo telão, feita para os paroquianos ao lado da igreja, quando o local está lotado. Sérgio fotografa as atividades das missões marianas e é responsável pelo blog http://cavalariademaria.blog.arautos.org Ele, gentilmente cedeu algumas imagens à reportagem.
O grupo, que estava na região, tem a mesma formação há 10 anos. Eles já passaram por vários municípios de estados como São Paulo; Mato Grosso; Minas Gerais; Roraima; Santa Catarina; Rio de Janeiro; Tocantins; Ceará; Distrito Federal; Goiás; Espírito Santo. Além de Santa Mercedes e Panorama, já estiveram em Ouro Verde, Paulicéia e Monte Castelo em anos anteriores.
As próximas cidades, que receberão as missões marianas são Osasco, Flórida Paulista, Maringá (PR) e o estado do Ceará entre outras.
O coordenador das missões, padre Francisco Katsumassa Sakurata também atendeu a reportagem. Ele nasceu em Lucélia, estudou o ginásio no extinto Colégio Salesiano e, ainda jovem se mudou com a família para São Paulo. Na vida religiosa há 40 anos, padre Francisco explica que a missão da igreja é evangelizar em todos os meios onde não há presença religiosa e destaca a importância da catequese.
“A catequese é fundamental para firmar as pessoas na fé e sem convicção na fé, as pessoas não perseveram”, diz.
Ele relatou que os arautos desenvolvem dois trabalhos, a comunidade móvel e a comunidade fixa nas paróquias e, ainda existem as ordens clerical e feminina. Padre Francisco ressaltou que os Arautos do Evangelho são uma associação internacional de Fiéis de Direto Pontifício, oficialmente reconhecida pelo Vaticano. O fundador é monsenhor João Clá Dias.
Sobre a acolhida e receptividade dos católicos, o coordenador considerou que as missões marianas têm o objetivo de levantar um pouco a vida religiosa da cidade e que a chegada de pessoas diferentes altera as rotinas das paróquias. “Os paroquianos ficam emocionados e gratificados com a visita da imagem de Nossa Senhora em suas casas já que a imagem é um símbolo que representa a mãe de Cristo. De uma maneira geral, as missões despertam aquilo que está no fundo do coração de cada um, motivam as lembranças da catequese, primeira comunhão, enfim, é um momento de se voltar para Deus. E isso tem que perdurar após, as missões, é muito importante manter essa chama acesa”, analisa.
Como mensagem aos fiéis, padre Francisco relembra a história de uma catedral na Normandia, que foi submersa e que quando a maré baixava, o campanário ficava à tona com os sinos badalando, desejando que a fé e a missão dos cristãos batizados sejam como o campanário e nunca fiquem submersas.
Em alguns momentos, a reportagem acompanhou as atividades dos missionários e pôde perceber que além da espiritualidade, as missões marianas também mobilizaram a fraternidade e o voluntariado nos fiéis, que doaram produtos alimentícios e locais para a estadia dos arautos, sem contar as senhoras, que preparavam as refeições diárias.
Por onde passaram, além das palavras de alento e esperança, os Arautos do Evangelho deixaram seus exemplos de vivenciar a fé por meio da vocação missionária. Dias, que certamente ficarão marcados nos corações dos paroquianos.