Em cinco dias, a campanha de desarmamento recebeu 240 armas – uma média de 48 por dia – no Rio de Janeiro. Os dados são de uma pesquisa feita pela Organização Não Governamental (ONG) Viva Rio.
A ONG tem um posto de atendimento para o recolhimento de armas. Os resultados são referentes à primeira semana de funcionamento do posto.
Setenta e três por cento das armas é de fabricação nacional. São revólveres e pistolas de uso permitido. Outras 23% são estrangeiras e 5% não foram declaradas.
“A maioria das pessoas que fez a entrega não tem interesse por armas”, disse o coordenador da pesquisa, Júlio Pucerna. Segundo ele, essas pessoas tinham armas porque receberam de herança ou as compraram antes de 1980, quando o registro não era obrigatório.
De acordo com a pesquisa, 70% das armas entregues são revólveres, 14% de pistolas e 10% de caça. A distribuição por calibre é a seguinte: 38 (42%), 32 (23%), 22 (14%) e 380 (7%).
Segundo Pucerna, a pesquisa constatou que as pessoas que entregaram armas até agora no Rio pertencem às classes A e B: 71% têm renda familiar acima de seis salários mínimos e 35% têm rendimentos acima de 11 salários. Mais da metade têm 14 anos ou mais de estudo. O coordenador do levantamento disse que é preciso criar mecanismos para incentivar as pessoas de outras classes sociais a doar armas.
Os números também mostram que 68% das pessoas que procuram os postos são homens acima de 40 anos e que 32% são mulheres que devolveram armas dos maridos.
Os dados se baseiam em questionários preenchidos voluntariamente pelas pessoas que vão entregar suas armas.
A campanha nacional de entrega voluntária de armas foi lançada pelo Ministro da Justiça em 6 de maio e vai até 31 de dezembro.