O corpo encontrado nos destroços do avião da Air France nesta quinta-feira (5) vai passar por exame de DNA a ser feito por um laboratório francês. Segundo Nelson Marinho, presidente da Associação Brasileira de Famílias de Vítimas, a informação foi dada às famílias através de email do Escritório de Investigações e Análises (BEA), órgão francês encarregado das buscas. O avião caiu no Oceano Atlântico em 2009, com 228 pessoas a bordo.

Na carta, o BEA conta que uma tentativa “infrutífera” chegou a ser feita na quarta-feira (4), mas que só nesta quinta a missão teve sucesso. O órgão afirmou ainda que o içamento do corpo aconteceu com “a preocupação constante de preservar a integridade da vitima”, mas por causa das condições “particularmente difíceis” não foi “possível manter a integridade” (do corpo). Ainda segundo o BEA, outras tentativas serão feitas.

Corpo estava em assento de avião
Os despojos estavam ainda atados pelo cinto de segurança a um dos assentos do voo, a uma profundidade de 3.900 metros, e pareciam degradados, segundo o comunicado da polícia francesa.

“As tentativas de recuperação são feitas em condições particularmente complexas e até agora inéditas”, continua o comunicado. “Persistem fortes incertezas sobre a possibilidade técnica da recuperação dos corpos.”

Oito pessoas da gendarmeria francesa estão a bordo do navio participando dos trabalhos. A recuperação “demorou muito tempo”, disse um porta-voz da polícia francesa. Segundo ele, os corpos estão bem preservados no fundo do mar por conta da pressão e da temperatura, mas trazê-los para cima para águas mais quentes provoca a decomposição, o que dificulta o resgate.

Caixas-pretas
Um das caixas-pretas, com o dispositivo que grava as informações da cabine, foi encontrada na terça-feira pela equipe francesa que trabalha nas buscas, na área próxima ao último local de contato da aeronave com os radares.

A outra caixa, que grava a atividade dos instrumentos de voo, foi achada no domingo passado, e o estado exterior de ambas “é bom”, disse Jean-Paul Troadec, diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA) encarregado das buscas.

Embora o achado do material seja considerado “um grande passo para a compreensão do acidente”, resta saber se será possível resgatar os dados de seu interior, pois há o receio de que o óxido e a pressão tenha danificado os instrumentos de gravação.

A equipe de busca localizou os destroços do Airbus 330 há um mês, depois de quase dois anos de buscas no fundo do mar.