Hoje é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), data criada para destacar os riscos à saúde associados ao tabagismo e cobrar políticas eficazes para a redução do consumo. Em Dracena, o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) oferece tratamento de tabagismo gratuito, bastando que as pessoas interessadas em deixar de fumar procurem pelo atendimento.

A unidade também possui tratamento de álcool e drogas. No entanto, a indicação do Ministério da Saúde, antes de iniciar o tratamento de tabaco, é que a pessoa esteja abstinente há seis meses de outro tipo de droga.
A terapeuta ocupacional Silvana Luiza Floriano Henriques, que atua desde 2008 com os pacientes de tabaco no Caps, informou que há dois grupos formados este ano.

Os trabalhos começaram em janeiro, com 70 pessoas, mas atualmente uma média de 40 frequentam as atividades.
Ela explicou que alguns desistem do tratamento porque ainda não era o momento de iniciá-lo. “Uma das dificuldades é a ambivalência entre querer parar de fumar e não querer. Muitos começam o tratamento sem ter tomado uma decisão e acabam desistindo”, disse.
Os grupos são fechados, ou seja, assim que formados, não há possibilidade de outras pessoas entrarem. A equipe do Caps também realiza a anamnese, coletando diversos dados do paciente e o teste de Fargistron, avaliando o grau de dependência do tabaco. O tratamento tem duração de até um ano.
Silvana contou que em alguns casos, a dependência do cigarro é causada por outros problemas, como depressão, ansiedade. Nestes casos, o paciente é encaminhado para tratamento no Ambulatório de Saúde Mental, para que primeiro seja curada a doença que de fato ocasionou o vício.

Os pacientes de tabaco ainda passam por atendimento médico, que indica o uso de medicamentos quando necessário. Os medicamentos são oferecidos gratuitamente. “Outra dificuldade no tratamento é que todos ficam na expectativa em torno da medicação. Ela ajuda, mas não resolve o problema”, segundo Silvana.

Ela considera que as atividades em grupo são muito importantes, devido ao apoio de uns aos outros, “arma estratégica para o tratamento”. A terapeuta ainda observou que alguns dos que param de fumar se tornam intolerantes aos fumantes.

Silvana comentou que a maioria das pessoas começou a fumar por ter alguém próximo que já fumava, parentes ou amigos. “Há fumantes em todas as faixas etárias, no entanto, os mais velhos procuram mais por tratamento, as mulheres mais que os homens”.

As iniciativas do governo também têm auxiliado no tratamento de tabagismo, como por exemplo, a lei antifumo, que fez aumentar a procura por tratamento no Caps. Silvana também disse que as crianças estão bem conscientizadas sobre os malefícios do cigarro e incentivam os pais, avós, dando força para continuarem o tratamento.
SERVIÇO – O Caps funciona na rua Frederico Ozanan, 2591. Mais informações 3822-4050.