Os ministros das Finanças dos países que compõem a União Europeia condicionaram a entrega de uma parcela de 12 bilhões de euros (cerca de R$ 27,4 bilhões) de ajuda à Grécia à adoção pelo país de mais cortes de gastos. A decisão foi anunciada na madrugada de hoje (10), depois uma reunião de sete horas em Luxemburgo. Para a União Europeia, a Grécia poderá receber o dinheiro – que é parte do pacote de 110 bilhões de euros do bloco e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – em julho.
Para receber o montante, no entanto, o Parlamento grego deverá aprovar um pacote de cortes de gastos de 28 bilhões de euros. Os ministros europeus também concordaram com um segundo pacote de ajuda financeira à Grécia para evitar o risco de o país ser obrigado a declarar moratória no pagamento de suas dívidas.
Os ministros da Economia e Finanças da União Europeia esperam que o segundo pacote de ajuda à Grécia, cujos detalhes também devem ser anunciados em julho, seja capaz de garantir o financiamento do país até o final de 2014.
A reunião em Luxemburgo ocorreu em meio aos protestos na Grécia, em oposição às medidas de cortes em discussão. No Parlamento, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, discursou para convencer os deputados a aprovar seu programa, que inclui aumento de impostos, cortes de gastos e privatizações, com o objetivo de arrecadar 50 bilhões de euros até 2015.
“As consequências de uma falência abrupta ou de deixar o euro seriam imediatamente catastróficas para as famílias, para os bancos e para a credibilidade do país”, disse Papandreou, nos debates sobre o plano.O Parlamento grego deve votar amanhã (21) uma moção de desconfiança sobre o novo gabinete, reformado na última semana por Papandreou.
O ministro das Finanças da Bélgica, Didier Reynders, afirmou que a União Europeia precisa de segurança do governo da Grécia para repassar os recursos que o país necessita. “Para passar ao pagamento da próxima parcela, precisamos estar seguros que o Parlamento grego aprovará o voto de confiança e o apoio ao programa, então a decisão (sobre o envio da nova parcela) será tomada no começo do mês de julho”, disse.
Um comunicado divulgado pelos participantes pediu aos partidos políticos gregos o apoio “aos principais objetivos do programa e às principais medidas políticas para garantir uma implementação rigorosa e rápida”. “Dados a extensão, a magnitude e a natureza das reformas necessárias na Grécia, a união nacional é um pré-requisito para o sucesso”, informa o texto.