Daiane dos Santos voltou aos tablados com uma missão: faturar uma medalha olímpica.
Se confirmar sua presença em Londres, será a terceira participação da ginasta nos Jogos Olímpicos – ela esteve também em Atenas-2004 e em Pequim-2008. A brasileira terá 29 anos em julho do ano que vem e, em um esporte em que a média de idade não costuma passar muito dos 20 anos, já entra para o grupo das veteranas. A ginasta gaúcha prevê muita companhia na confraria da “velha-guarda”.
“Vai ter muita veterana no Mundial (de Tóquio, em outubro) e nas Olimpíadas. A Catalina (Ponor) também está voltando e é muito bonito ver ela se apresentar. Acho que isso só acrescenta à ginástica”.
A romena Ponor, que terá 24 anos durante os Jogos de Londres, só tem uma edição de Olimpíadas no currículo. Ela conquistou três medalhas de ouro em Atenas-2004 e decidiu encerrar a carreira em 2007. Por isso, não foi a Pequim. No entanto, a atleta mudou de ideia e já treina com a seleção de seu país.
A americana Alicia Sacramone também terá 24 anos em 2012 e figura na lista de veteranas ainda em atividade. Daiane enxerga esse fenômeno como uma tendência natural, já que os avanços nos aparelhos e nas tecnologias que auxiliam o treinamento contribuíram para aumentar a longevidade das atletas na ginástica. A gaúcha, porém, dispensa o rótulo de veterana, porque não quer ser chamada de velha.
“Com a tecnologia e a evolução dos aparelhos, vamos ter mais ginastas mais experientes.
Não são velhas, tá gente (risos). Teremos mais ginastas se mantendo bem por mais tempo e ajudando suas seleções.
Mas tem de conservar o físico e o psicológico, porque treinar para estar em uma seleção é completamente diferente de apenas se manter na ginástica”, ressalta.
A campeã das “velha-guarda” é a uzbeque naturalizada alemã Oksana Chusovitina. A ginasta está na ativa desde 1992 e, aos 37 anos, disputará em Londres sua sexta Olimpíadas.
Ela é a atual vice-campeã olímpica na prova de saltos, sua especialidade, e ainda é habitué do pódio nas etapas da Copa do Mundo. “A Oksana é extraordinária. Ela provou que não é a idade que importa, mas a condição física”, elogiou Daiane.
A gaúcha não é a única brasileira entre as ginastas com mais idade ainda em atividade.
Daniele Hypolito é dois anos mais nova que a compatriota e permanece na elite nacional. As duas dividem espaço com a nova geração da ginástica artística brasileira que está sendo lapidada para os jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
“Temos o bom exemplo da Daniele, que tem mais tempo de ginástica do que eu e continua sendo medalhista. Acho que é bom ter mais de uma geração juntas.
Queríamos justamente isso, um convívio legal para dar continuidade e termos uma seleção ainda mais forte em 2016″, finalizou.