Em campanha pela eleição do ex-ministro José Graziano para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil prepara uma comitiva de quatro ministros e um secretário executivo que seguirá para a Itália. A eleição será domingo (26) e deve durar de três a seis horas.
Graziano está na disputa com mais cinco candidatos: o ex-chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, o vice-ministro do Bem-Estar Social da Indonésia, Indroyono Soesilo, o ministro da Agricultura da Áustria, Franz Fischle, o ex-representante do Irã na FAO Mohammed Saeid Noori-Naeini e o ex-ministro de Recursos Hídricos do Iraque Abdul Latif Jamal Rashid.
Existem indicações de que os candidatos da Espanha e da Áustria podem fechar em torno de uma candidatura única, o que faria com que um deles desistisse da disputa. Porém, a hipótese não foi confirmada. O objetivo da candidatura única seria reforçar um nome que represente os europeus.
Integram a comitiva brasileira o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, além de representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Agricultura, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário.
No sábado (25), véspera da eleição, os seis candidatos apresentarão sua plataforma.
Na campanha para o cargo, Graziano defendeu a segurança alimentar como instrumento para combater a violência mundial e garantir a estabilidade política e econômica. Segundo diplomatas, os programas brasileiros de transferência de renda, que tiveram início com Graziano no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornaram-se referência mundial.
Nas últimas duas semanas, Graziano e Patriota intensificaram a campanha pela eleição na FAO. O chanceler aproveitou as viagens a Washington e a Roma, sede da FAO, para defender a candidatura do ex-ministro. Patriota conversou com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e com várias autoridades estrangeiras. Entre elas, estavam o presidente da Hungria, Pál Schmitt, e os primeiros-ministros de Mônaco, Michel Roger, e do Egito, Essam Sharaf, além dos chanceleres da Jordânia, Nasser Judeh, do Marrocos, Taib Fassi Fihri, dos Países Baixos, Uriël Rosenthal, do Líbano, Ali Hussein Al Shami, da Turquia, Ahmet Davutoglu, e o ministro da Presidência da Argélia, Abdelaziz Belkhadem.