O governo federal vai intensificar o patrulhamento das fronteiras. Hoje (1º) os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Defesa, Nelson Jobim, assinaram um acordo de cooperação para a execução de ações integradas do chamado Plano Estratégico de Fronteiras, que tem como principal objetivo o enfrentamento de crimes nas áreas fronteiriças. Os detalhes do plano somente serão divulgados na próxima semana.
De acordo com Jobim, o acordo entre os ministérios dará “musculatura” às operações já existentes. As ações integradas terão a participação das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública federais, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal, além da Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Força Nacional de Segurança Pública.
A Operação Sentinela da Polícia Federal, principal ação de patrulhamento das fronteiras, será permanente. No entanto, segundo o ministro da Defesa, outras operações temporárias poderão ser deflagradas. “As primeiras operações são de comando da PF com apoio logístico. As pontuais serão geridas pelas Forças Armadas com o apoio da PF e irá envolver, em um certo momento, a Receita Federal”.
Os comandos das operações serão feitos do Centro de Operações Conjuntas (COC), que integra o setor de inteligência do Ministério da Defesa. Além do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, as forças do Ministério da Justiça também têm espaços específicos para controle das ações estratégicas.
A elaboração do Plano Estratégico de Fronteiras foi determinado pela presidenta Dilma Rousseff. Os ministros ainda não revelaram o valor dos recursos que serão empregados nas operações. “Quando o plano for revelado, divulgaremos essa questão [orçamentária]. Os recursos que temos serão aumentados e à medida que conseguirmos efetivar essa integração”, disse Cardozo.
Também haverá investimento em novas tecnologias, como os Veículos Aéreos Não Tripulados. A aeronave, acionada por controle remoto, tem capacidade de filmar e fotografar o terreno em tempo real. Segundo Cardozo, a intenção, no futuro, é adquirir equipamentos que permitam fazer o controle de veículos e a fiscalização de controle e de combate à criminalidade.
As primeiras ações nas fronteiras serão feitas apenas por agentes brasileiros, no entanto, o governo está negociando a integração de operações com países fronteiriços, como a Venezuela, Colômbia e o Peru. O Brasil tem 16,8 mil quilômetros (km) de fronteiras, destes, 7 mil km são as chamadas fronteiras secas e 9,8 mil km são de rios.