Na última quarta-feira (15), a população de Dracena e região lotaram o Teatro Municipal Maestro Aécio de Féo Flora. Tudo por conta de uma das óperas mais populares do mundo, Carmen, de Georges Bizet.
Foi a primeira vez que um espetáculo de ópera foi apresentado em Dracena.
A apresentação faz parte da programação do Projeto Circulando Ópera, realizado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Cultura em parceria com a Prefeitura através da Secretaria Municipal de Cultura.
Carmen é encenada pelo Núcleo de Ópera Curta da Casa da Ópera.
Muitos presentes se emocionaram com a história.
Ontem (16), pela manhã, antes do elenco seguir em direção a Araçatuba, a reportagem conversou com a cantora solista Cláudia Riccitelli, que deu vida à Micaela, noiva prometida de Dom José.
A cantora lírica, que é considerada uma das maiores sopranos da atualidade, se apresentou na reabertura do Theatro Municipal de São Paulo, na semana passada.
A paulistana teve contato com piano aos 5 anos e começou a estudar formalmente o instrumento aos 7 anos. É formada em composição e regência e de tanto ouvir que tinha uma voz bonita, decidiu estudar canto.
Em 1986 integrou a Orquestra Sinfônica Brasileira e em 1989, o coral lírico do Theatro Municipal de São Paulo. Depois de vários pequenos papéis, Cláudia ganhou destaque em 1992, quando interpretou Lauretta, na ópera Gianni Schicchi.
A cantora lírica se apresentou como solista no espetáculo de inauguração da Sala São Paulo, e foi solista da Filarmônica de Berlim.
No Brasil estudou canto com Leilah Farah e Neyde Thomaz e, em Milão, na Itália, com Rita Patané.
Também teve aulas e destaca o trabalho do “mestre” Hans Joachim Koellreutter, compositor, professor e musicólogo alemão naturalizado brasileiro.
Ela já passou pelos palcos de países como Itália, França, Alemanha, Colômbia e Espanha.
Cláudia contou que sentiu um misto de honra e alegria ao saber que estariam apresentando o primeiro espetáculo de ópera na cidade. “Fico emocionada com a recepção calorosa e ao mesmo tempo polida”, diz.
Em sua opinião, a ópera é um espetáculo muito popular.
“Faltam campanhas para que as pessoas entendam que não é uma arte elitizada, a ópera foi esquecida durante gestões passadas.
Acredito que todos os artistas têm vontade de viajar pelo interior de São Paulo e do Brasil, o que é uma forma de formar público e trazer as pessoas para perto”, considera.
No final da entrevista, a cantora lírica deixou como recado para o público dracenense o incentivo a conhecer mais sobre óperas.
“Procurem conhecer essa forma de arte, vão atrás, que vocês não vão se arrepender e irão enriquecer muito suas vidas.
Peçam, exijam mais espetáculos.
A resposta do artista será de uma entrega muito grande”, ressalta.
Neste semestre aproximadamente 50 mil pessoas já assistiram Carmen, que possui quatro elencos se revezando na montagem.