As recentes melhorias na avaliação da dívida brasileira pelas agências de classificação de risco teve poucos efeitos práticos nos títulos públicos brasileiros no exterior, disse hoje (21) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Segundo ele, os preços dos papéis do país não mudaram depois das elevações da nota.
“A melhoria no rating [classificação de risco] não provocou reação dos preços de mercado dos papéis brasileiros. Na prática, os investidores já tinham precificado a elevação da nota [repassado a melhor classificação para os preços]”, afirmou o coordenador ao comentar os resultados da Dívida Pública Federal (DPF) em maio. Ele afirmou que o Tesouro Nacional ainda definiu se aproveitará a melhora na classificação de risco para emitir títulos e captar recursos no exterior.
Ontem (20), a agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota da dívida brasileira, o que na prática significa que o país reduziu a probabilidade de não pagar a dívida. Na semana passada, os seguros que os investidores pagam para cobrir os riscos de calote do Brasil ficaram menores que o dos Estados Unidos pela primeira vez na história.
Além de facilitar a captação de recursos no exterior, a elevação das notas da dívida brasileira, pode atrai o interesse de investidores estrangeiros na dívida brasileira. Apesar disso, Garrido disse as incertezas na economia global, decorrente das turbulências na Grécia e no restante da Europa, torna difícil prever se a entrada de recursos externos no país se intensificará.
Segundo o coordenador, não dá para estimar se o Brasil passará a receber mais dinheiro de investidores estrangeiros ou se a escassez de capitais vai afetar todas as partes do mundo. “É difícil avaliar o impacto do problema na Europa. Ao mesmo tempo em que há um ambiente de incerteza na economia global, os investidores internacionais podem enxergar o Brasil como lugar mais seguro e trazer recursos para cá”, afirmou.
No mês passado, a participação de estrangeiros na dívida interna subiu de 11,29% para 11,45%. O resultado, no entanto, não representa recorde. O maior percentual de presença de investidores internacionais foi de 11,80%, registrado em janeiro.