Levantamento do hospital estadual Emílio Ribas, ligado à Secretaria de Estado da Saúde aponta que 90% dos atendimentos realizados em seu serviço de odontologia são de pacientes que sofrem danos severos devido à falta de higiene bucal.
A rotina de um paciente com o vírus da Aids é repleta de cuidados com a saúde. Mas além dos cuidados médicos, essas pessoas necessitam de tratamento odontológico criterioso, além de redobrar os cuidados com a saúde dos dentes e da boca.
A partir da manifestação do vírus, os cuidados odontológicos vão além da prevenção de cáries, por exemplo. Uma simples gengivite torna-se altamente perigosa em um indivíduo afetado pela baixa imunidade.
Segundo Eliana Moutinho, dentista do Emílio Ribas, as doenças bucais em pacientes HIV são sempre graves, pois a baixa imunidade impede a recuperação do indivíduo e dificulta o tratamento. “Devido à imunidade frágil, o paciente pode evoluir facilmente e, em pouco tempo, de uma simples gengivite para uma periodontite, inflamação mais grave e agressiva”, explica.
A dentista comenta também que o paciente soropositivo está exposto a diversas infecções graves causadas por bactérias bucais, que se não tratadas a tempo podem ocasionar uma endocardite, inflamação das estruturas internas do coração, elevando o risco do paciente ter uma insuficiência cardíaca.
Além da endocardite, outra manifestação bacteriana transforma-se caracteriza a nefrite, inflamação nos rins com grandes chances de levar ao comprometimento do órgão. “Dependendo do estado do paciente a infecção pode atingir a corrente sanguínea e estabelecer uma infecção generalizada”, alerta.
Eliana Moutinho salienta que o acompanhamento odontológico do indivíduo com Aids deve ser rigoroso e periódico, com consultas a cada três meses.