Autoridades líbias são acusadas de manipulação da mídia depois de levarem jornalistas estrangeiros a um hospital para ver o que o governo diz serem crianças vítimas de bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Desde meados de março, as forças da coalizão atacam a Líbia sob a alegação de que é necessário proteger a população civil que enfrenta os conflitos armados das forças aliadas do presidente líbio, Muammar Khadafi, e da oposição.
Há relatos de que um grupo de jornalistas foi levado ontem (5) a um hospital em Trípoli, na capital, depois de ver uma casa destruída em um ataque atribuído às forças ocidentais, próximo a instalações militares.
No hospital visitado pelos profissionais de imprensa, um funcionário não identificado passou uma nota a um jornalista, informando que uma menina inconsciente, identificada como ferida por um bombardeio, era, na verdade, vítima de um acidente de trânsito.
As suspeitas de manipulação, segundo relatos, foram confirmadas depois que um homem sentado ao lado da cama da criança, afirmando ser seu tio, acabou sendo identificado como uma autoridade da mídia estatal líbia.
O país vem sendo alvo de ataques aéreos comandados pela Otan e autorizados por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os oposicionistas e as forças leais a Khadafi se enfrentam em combates em diversas áreas do país desde fevereiro deste ano. Os protestos populares pedem reformas democráticas e a mudança do governo.