A Marcha da Maconha, marcada para ontem (3) em Brasília, foi proibida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que atendeu a liminar imposta pelo Ministério Público (MP).
Mesmo com a proibição, os manifestantes que somaram aproximadamente 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, protestaram pela liberdade de expressão e ocuparam a Esplanada dos Ministério, durante toda a tarde.
Além da proibição do ato de protestar, a Justiça impediu os manifestantes de usarem cartazes, camisetas e falar sobre a droga. “A Justiça é hipócrita, então nós vamos fazer uma manifestação hipócrita, mas quem está aqui sabe a causa que defende”, afirmou Daniele Bontempo, uma das organizadoras da marcha.
Para o sociólogo e membro do diretório estadual do P-SOL no Rio de Janeiro, Renato Cinco, a proibição da manifestação não se faz necessária, pois não havia nenhuma justificativa plausível, “o que nós buscamos aqui é a descriminalização de uma planta que é natural e além disso, queremos trazer o debate que é necessário para a sociedade que é muito pouco informada”, completou.
“Isso foi uma falta de responsabilidade do Judiciário brasileiro, uma vez que essa proibição poderia ter causado um problema maior”, disse o advogado Mauro Chaiben que representa os organizadores da manifestação.
Segundo o advogado, até às 13h de hoje toda a manifestação estava pronta para acontecer com a aprovação da Secretária de Segurança do Distrito Federal (SSP), que informou que a liminar poderia ter saído a qualquer momento, uma vez que foi um pedido do Ministério Público.
Ainda segundo o sociólogo, o desembargador João Timóteo de Oliveira do TJDFT afirmou na liminar que não possuía conhecimento suficiente em relação ao protesto dos usuários da maconha, fato que agrava ainda mais a proibição no seu entendimento.