Em meio à onda de rumores sobre o estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o presidente do Parlamento do país, Fernando Soto Rojas, desmentiu que o mandatário tenha câncer e pediu que seus adversários “deixem de sonhar” com a doença. “Eu seria o primeiro a informar ao país [se Chávez tivesse câncer]”, disse ele. Desde o último dia 10, Chávez está internado em Cuba recuperando-se de uma cirurgia de urgência para a retirada de um abcesso na pélvis.
“Chávez está se recuperando e se Deus quiser o teremos aqui em 5 de julho”, acrescentou o presidente do Parlamento. “Em alguns dias, o teremos aqui na Venezuela”. Adán Chávez, irmão do presidente, previu que ele estará de volta a Caracas até o dia 6.
Segundo assessores de Chávez, ele se mantém no comando da Presidência e informado sobre o que ocorre na Venezuela. Desde a cirurgia, o único detalhe sobre a operação foi dado dias depois pelo próprio presidente, de 56 anos, quando informou, por telefone, ao canal estatal de TV que se recuperava bem.
Segundo ele, vários exames foram realizados, incluindo uma biópsia, que não apontou “nada maligno”. A partir de então, o estado de saúde do presidente venezuelano abriu caminho para uma série de especulações sobre a gravidade da doença.
Baseada em fontes não oficiais, a imprensa venezuelana afirma que Chávez sofreria câncer de próstata, razão pela qual continuaria sendo tratado em Havana. Segundo a imprensa local, um andar inteiro do hospital militar em Caracas está em reforma para dar continuidade ao tratamento.
No fim de semana, o jornal norte-americano em língua espanhola El Nuevo Heraldo, publicado em Miami, informou que o estado de saúde de Chávez era “crítico, mas estável”. O governo venezuelano, por sua vez, não apenas nega os rumores, como acusa seus opositores de utilizarem a doença do líder venezuelano como argumento para derrubá-lo.
No sábado (25), o vice-presidente, Elias Jaua, acusou a direita nacional e internacional de estar “enlouquecida”, inclusive “falando da morte do presidente”. “Ainda teremos Chávez por muito tempo”, acrescentou. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, disse que “não se pode governar um país pelo Twitter”.