s baixas temperaturas nos meses de outono e de inverno, aliadas à umidade reduzida do ar, são fatores que, ao contrário do que possa parecer, danificam a pele e, por este motivo, os dermatologistas orientam para que nesse período, as pessoas redobrem a atenção e os cuidados, evitando o envelhecimento precoce e o favorecimento à ocorrência de outras doenças.

De acordo com a dra. Selma Cernea, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional São Paulo (SBD-SP), a irradiação UVB está presente até mesmo nos dias nublados, pois as nuvens mais claras deixam passar 90% dos raios ultravioleta e as escuras, apesar de bloquearem esta mesma intensidade, não evitam totalmente a incidência deles.

“Nesta época do ano, a incidência da radiação ultravioleta ocorre entre 10 e 14h. Assim, é importante aplicar o filtro solar para a exposição, sobretudo nestes horários, pois a baixa sensação térmica durante os meses mais frios interfere na percepção imediata da queimadura solar”, comenta a especialista da SBD-SP.

A diferença, em relação ao verão, é que a necessidade de reaplicar o produto é menor quando o clima está mais seco e as pessoas transpiram menos, o que faz com que ele permaneça por mais tempo na pele. Neste período, a aplicação deve ser feita de 15 a 30 minutos antes de se expor, protegendo ainda os lábios, orelhas, pés e mãos.
O uso de roupas de mangas compridas, chapéus, bonés e óculos escuros também é uma forma importante de proteção nos dias mais frios.
“A pele dos idosos, inclusive, precisa de cuidados ainda maiores, por ter um menor manto lipídico (gordura), o que leva esse grupo de pessoas a sofrer um maior ressecamento da pele por causa dos banhos quentes e prolongados, comuns no inverno”, destaca a dra. Selma.

Outro aspecto importante que requer a manutenção do hábito de usar protetor solar é explicado pelo dr. Mauro Enokihara, presidente da SBD-SP: “o vento gelado que sopra neste período, em boa parte do país, provoca o ressecamento da pele, aumentando a necessidade e recomendação para a constante utilização dos filtros solares”, explica o especialista.

Segundo o dr. Mauro, “as campanhas de proteção são sazonais e pontuais, sempre no verão e na praia; mas, precisamos lembrar a população de que o Brasil é um país extenso e que recebe grande índice de raios ultravioletas o ano todo, então é preciso se proteger”, completa.
Os filtros solares também colaboram com a hidratação. As indicações em creme ou loção cremosa servem para peles mais maduras e secas; já os protetores em gel, fluído ou oil free, são voltados para as peles oleosas.

Na hora de escolher o produto mais adequado, é importante que ele tenha fator de proteção maior ou igual a 15 e também contemple a proteção UVA, principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Na dúvida sobre qual protetor utilizar, deve-se consultar um dermatologista filiado à Sociedade Brasileira de Dermatologia- SP, que fará uma avaliação criteriosa sobre a forma mais adequada de proteção.

OS RAIOS UVB – De acordo com o Laboratório de Ozônio do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o índice UV-B é um número numa escala de 0 a 16 que mede o risco do efeito biológico de eritema sobre a pele humana exposta à radiação solar: quanto maior o Índice UV-B, maior é o risco. O eritema é a “vermelhidão” da pele devido à exposição à radiação UV-B. As peles mais claras são as mais suscetíveis à queimadura solar e, em longo prazo, à ocorrência de câncer de pele entre outros males.

Em SP, nos meses de inverno, junho e julho, o índice fica em torno dos 5 pontos. Pela tabela de exposição ao sol ideal, UVB índice 5 significa que uma pessoa de pele branca não deve se expor mais do que 10 minutos a estas condições sem proteção. Uma pessoa de pele morena escura, por exemplo, pode ficar até 40 minutos sem proteção num dia com tal índice.