A Itália desistiu de boicotar os Jogos Mundiais Militares, que ocorrerão no Rio de Janeiro de 16 a 24 de julho, em protesto à libertação do ex-ativista Cesare Battisti. O Estado-Maior da Defesa da Itália, por meio de comunicado, informou hoje (11) que 160 militares italianos viajarão para o Brasil para as competições.

Os italianos disputarão em 16 modalidades, como basquete masculino, voleibol feminino e de praia, judô, tae-kwon-do, boxe, pentatlo, triatlo, paraquedismo, vela, tiro, esgrima, natação e atletismo, entre outras.

Na semana passada, o ministro de Defesa da Itália, Ignázio La Russa, disse que era contrário à participação dos militares italianos nos jogos brasileiros. Mas depois informou que “como ministro” sua orientação era permitir o envio da delegação.

No dia 8 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido de extradição de Battisti e determinou sua imediata libertação. Para as autoridades brasileiras, ele responde por crimes políticos. Mas as autoridades italianas tratam o caso do ex-ativista como crime comum.

Nos anos de 1970, Battisti, que integrava a organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), foi acusado de participar de quatro assassinatos. Ele negou. Nos anos de 1980, foi condenado à revelia à prisão perpétua pelas mortes. Em 2007, o ex-ativista foi preso no Brasil e mantido em cela até o mês passado quando ocorreu sua libertação.

Atualmente, Battisti vive em São Paulo e obteve visto de permanência. Segundo advogados, o ex-ativista pretende estabelecer-se como escritor no Brasil e reorganizar sua vida profissional e pessoal.