A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, advertiu ontem (10) à noite que os refugiados sírios que estão na Turquia estão ameaçados de não ter condições de retornar ao seu país por insegurança. Desde o começo deste ano, a Síria vive sob tensão política por causa de protestos contra o governo do presidente Bashar Al Assad, que reage com violência às manifestações.
“Pensávamos que o fluxo de refugiados da Síria para a Turquia seria uma questão de curto prazo, mas agora estou verdadeiramente alarmada de que a situação seja tão insegura na Turquia que [os refugiados] não possam regressar”, disse Navi Pillay.
Pelos dados da Agência para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, há cerca de 10 mil sírios na Turquia, dos quais 7 mil vivem em acampamentos na região fronteiriça. A agência calcula ainda que pelo menos 1,2 mil pessoas foram mortas nos conflitos na Síria em decorrência das manifestações contra o governo de Assad.
Navi Pillay informou que prepara um relatório sobre as condições na Síria incluindo as denúncias de violações dos direitos humanos. Segundo ela, o documento se baseia em entrevistas concedidas por refugiados sírios.
“Há relatos de homicídios e agressões contra civis e manifestantes desarmados que ocorrem no país na sequência da violenta repressão das manifestações”, disse. Ela lembrou ainda que a Síria não autorizou o acesso ao país de observadores das Nações Unidas.