A comunidade de 180 mil brasileiros que vivem legalmente na Grã-Bretanha pretendem continuar no país. A conclusão é do subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Eduardo Ricardo Gradilone Neto, que passou a última semana em Londres.
Gradilone disse à Agência Brasil que a série de distúrbios nas principais cidades britânicas não motivou os brasileiros a voltar para o país. “Nas conversas que tive, não observei problemas mais graves envolvendo os brasileiros que estão na Grã-Bretanha. O que escutei foram algumas queixas, mais por preocupação e receio apenas”, disse.
Desde o último dia 6, vários episódios de violência e saques tomaram conta de bairros de Londres e de algumas cidades da Grã-Bretanha. Pelo menos cinco pessoas morreram e várias ficaram feridas. A onda de violência começou após um protesto pela morte de Mark Duggan, 29 anos.
Duggan foi morto por policiais no último dia 4, em Tottenham, em Londres, depois de ser abordado em um táxi por uma unidade que investiga crimes com armas de fogo no bairro. A morte gerou revoltas que explodiram em Tottenham e espalharam-se para outras regiões.
Gradilone aproveitou a visita a Londres para verificar as queixas de brasileiros sobre casos de discriminação no Aeroporto de Heathrow, da capital britânica, um dos maiores do mundo. Segundo o embaixador, havia reclamações sobre dificuldades de liberação pelas autoridades do país, que cobravam documentos e informações específicos.
O diplomata disse ainda que as autoridades da Grã-Bretanha pretendem intensificar as parcerias com o Brasil na organização das Olímpiadas de 2016. Segundo ele, os britânicas querem aproveitar a experiência deles com a realização das competições em 2012.