O ministro das Cidades, Mário Negromonte, negou hoje (10) as denúncias publicadas na revista IstoÉsobre a existência de um esquema de corrupção no ministério comandado pelo PP. Segundo a reportagem, a pasta liberou pagamentos irregulares em favor de três empreiteiras que doaram mais de R$ 15 milhões ao partido nas eleições do ano passado.
“Quando assumi, tive o cuidado de analisar a ocupação dos cargos, sob o critério de qualificação técnica. Apenas 45 pessoas foram nomeadas após minha posse, sendo que 11 [nomeações] foram alteração de cargos de servidores que já faziam parte do quadro do ministério”, disse ao esclarecer o assunto na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara. “Se houve loteamento de cargos, deve ter sido precário. Fomos modestos, se comparar com outros ministérios. O corpo de funcionários é bem discreto e modesto em função do volume de ações que o ministério tem”, acrescentou.
A revista alega, ainda, que o Ministério autorizou recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Mário Negromonte disse que o Ministério não licita nem contrata obras. Os recursos são acessados por meio de emendas de parlamentares, por um processo de seleção de projetos de estados e municípios e pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Em todos esses casos, há um ente federado e um operador financeiro que, na maioria dos casos, é a CEF [Caixa Econômica Federal].”
Quanto à doação de campanha, o ministro disse que elas “seguiram rigidamente” as regras do Tribunal Superior Eleitoral. “O que a revista chama de doações ocultas são doações que estão com valores registrados na prestação de contas do TSE e, mesmo assim, os números foram publicados com erros na reportagem.”