O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estuda a possibilidade de transferir as reservas internacionais – que mantém na Europa e nos Estados Unidos- para bancos da China, da Rússia e do Brasil, segundo documento distribuído pela oposição. A informação foi divulgada pelo deputado oposicionista Júlio Montoya.
Segundo Montoya, é necessário que Chávez esclareça se a China e a Rússia exigiram o depósito das reservas internacionais considerando “o endividamento da Venezuela”. O documento de 12 páginas, é atribuído ao ministro de Planejamento e Finanças da Venezuela, Jorge Giordani, e ao presidente do Banco Central do país, Nelson Merentes.
Segundo a cópia entregue à imprensa, as reservas internacionais eram de US$ 29.097 milhões (as mais baixas desde 2005) e incluem US$ 18.294 milhões, mais 365,72 toneladas em ouro e US$ 6.285 milhões em reservas líquidas.
De acordo com o documento, no entanto, são necessárias ainda 27,7% das reservas operacionais que estão investidas em dólares norte-americanos e o valor restante em euros e libras esterlinas, por meio de instrumentos negociáveis, como depósitos a prazo.
A maior parte das reservas, 59,17 %, está depositada na Suíça, 18% no Banco da Inglaterra, 11,31% nos Estados Unidos, 6,48% na França, 0,68% na Alemanha e 0,67% no Panamá. As reservas restantes, 3,79%, estão depositadas no Banco Central da Venezuela. A maior parte do ouro venezuelano, 211,35 toneladas, está fora do país – quase 100 toneladas no Banco da Inglaterra.
Segundo o documento, o governo venezuelano pretende transferir ainda algumas das suas reservas para países asiáticos e da América Latina. Porém, conforme o texto, essas regiões “não se classificam como depositárias de reservas”.
O documento alerta que “toda a operação eletrônica sobre o uso do dólar norte-americano como sistema de pagamento [câmara de compensação] deve ser do conhecimento da Reserva Federal [dos Estados Unidos] que pode ter ingerência sobre o destino e propósito, podendo congelar recursos em dólares”.