Integrantes do Conselho Nacional de Transição (CNT) – controlado pela oposição -, baseado na cidade de Benghazi, já se preparam para a transferência para a capital líbia. O porta-voz do conselho, Hany Hassan Soufrakis, disse que o sistema judiciário da Líbia não está preparado para um eventual julgamento de Khadafi, que deve ocorrer no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda.
Courtenay Griffiths, que defendeu o ex-presidente da Libéria Charles Taylor no TPI, disse que um eventual julgamento de Khadafi não deve ocorrer antes de quatro ou cinco anos.
O CNT já é reconhecido como governo interino pelos Estados Unidos e por vários países da Europa e do mundo árabe. Também é considerado legítimo como governo interino pela Nigéria, o Marrocos, Iraque, a Grécia, o Egito e Bahrein.
Diferentemente da posição da maioria dos países, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que continuará reconhecendo Khadafi como líder líbio legítimo, expressando solidariedade ao “povo bombardeado da Líbia”.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse ontem (23) que o Brasil aguardará a posição da comunidade internacional para decidir se reconhecerá a soberania dos rebeldes líbios. Segundo Patriota, o Brasil não teme represálias dos rebeldes às empresas nacionais que atuam na Líbia.
Companhias como a Odebrecht, Queiroz Galvão e Petrobras têm investimentos no país árabe e aguardam o fim dos conflitos para definir ações futuras. Segundo o chanceler, o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, obteve garantias dos rebeldes de que os contratos firmados pelas empresas durante o governo de Khadafi serão honrados.