Beneficiada pelo pagamento de tributos em atraso, a arrecadação federal somou R$ 90,247 bilhões em julho, o melhor resultado para o mês. O número foi divulgado, nesta tarde, pela Receita Federal. Foi a terceira maior arrecadação mensal da história, perdendo apenas para dezembro do ano passado e janeiro deste ano.
No acumulado de 2011, a arrecadação atingiu R$ 562,3 bilhões, com alta de 13,98%, descontada a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na comparação com julho do ano passado, o crescimento foi 21,31%, também levando em conta o IPCA.
De acordo com a Receita Federal, o crescimento da economia em 2011 contribuiu para a subida da arrecadação, por causa do aumento da massa salarial, da produção, das vendas e da lucratividade das empresas. No entanto, o início do pagamento das parcelas da renegociação especial de dívidas com a União (chamada de Refis da Crise) e o recolhimento de R$ 5,8 bilhões da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) por uma empresa que parou de questionar o pagamento na Justiça.
Em relação ao Refis da Crise, o valor recolhido em junho e julho deste ano somou R$ 9,021 bilhões (R$ 2,264 somente no mês passado), contra R$ 1,265 bilhões nos mesmos meses de 2010. Isso ocorreu porque, desde abril, as empresas e pessoas estão definindo o valor das parcelas a serem pagas à União. Até então, os devedores vinham pagando apenas a parcela mínima de adesão à renegociação, que era de R$ 50 para pessoas físicas e R$ 100 para pessoas jurídicas.
Outros fatores que impulsionaram a arrecadação em julho, segundo a Receita Federal, foram o recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da CSLL das empresas, que têm de pagar os tributos a cada três meses. Também no mês passado, houve o recolhimento semestral do Imposto de Renda sobre Rendimentos de Capital.