O presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni, descartou hoje (2) a possibilidade de um colapso tecnológico e de transmissão de dados durante os grandes eventos que o Brasil vai sediar nos próximos anos, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“Nós temos uma rede de telecomunicações sem fio, tanto da telefonia celular, da possibilidade de ‘iluminação’ de vários ambientes. Estaremos ‘iluminando’ agora, no mês que vem, grande parte da cidade de Brasília. Estamos mostrando que isso tudo é possível. Não creio em colapso”, disse.

A declaração foi feita durante o seminário Tecnologia da Informação e Comunicação na Copa e Jogos Olímpicos. Segundo Mazoni, o foco do Serpro é atender melhor ao cidadão brasileiro e, por isso, os eventos servirão de teste para que a qualidade dos serviços apresentados aumente. Ele lembrou que esse salto de qualidade dependerá da articulação dos serviços com a estrutura das redes de telecomunicação já desenvolvidas.

O presidente do Serpro disse ainda que o Brasil está preparado para atender às demandas que esses eventos geram. “Em termos de absorção tecnológica, não devemos nada a nenhum país do mundo. Estamos no top da utilização das tecnologias. Alguns investimentos devem ser feitos. Mas nós temos conhecimento e dominamos a tecnologia. Eu me sinto bastante seguro com a realização desses eventos no Brasil, pela questão tecnológica.”

O especialista em Regulação da Gerência de Engenharia do Espectro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agostinho Linhares, referendou as declarações de Mazoni e disse que, em 2014, a tecnologia 4G, que ainda não está disponível no Brasil, poderá ser usada pela população e pelos visitantes. “A Anatel tem um grupo de trabalho específico para atender a grandes eventos. Num futuro próximo, terá um leilão de novas faixas de frequência para atender à tecnologia 4G, que está chegando ao Brasil, e que terá novas posições orbitais para ter novos satélites para atender o Brasil”, disse.

No último mês, o governo federal anunciou que serão feitos investimentos de pelo menos R$ 200 milhões para garantir conexões de internet de até 100 megabites por segundo (mbps), nas 12 capitais que abrigarão o próximo Mundial de futebol.