A Agência Nacional das Águas (ANA) doou hoje (6) 309 conjuntos de computadores usados para duas entidades do Distrito Federal (DF) ligadas a catadores de materiais recicláveis. Intermediada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a doação resultará em uma maior capacidade organizacional das associações de catadores, que também poderão ter acesso a cursos de informática.
“Essa doação que está sendo feita pela ANA tem um papel que vai muito além da instrumentalização dessas entidades. Ela servirá de exemplo para que outros órgãos sigam o mesmo caminho”, destacou a representante da Diretoria de Proteção Social Especial do MDS, Ana Rita Kilson.
“Uma das grandes prioridades de nossa diretoria é a de retirar as crianças do lixão. Com certeza os cursos de informática que serão oferecido às famílias dos catadores nos ajudará também nessa missão”, acrescentou. Os computadores serão instalados na Associação Recicle a Vida e na Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop).
Segundo a presidente da Centcoop, Cláudia Maria Alves de Morais, os computadores ajudarão a tornar as atividades das cooperativas mais transparentes para seus associados. “Ficará mais fácil organizarmos nossas planilhas e quantificar nossos materiais e nossos custos. Além disso, vamos concretizar um dos sonhos que tínhamos: montar cursos para nossos associados e parentes”, disse Cláudia.
Ao todo serão 309 conjuntos com equipamentos eletrônicos a serviço das 24 cooperativas associadas. Para serem doados, eles tinham de ser classificados como inadequados para a destinação que tinham na ANA. “Mas o equipamento ainda tem utilidade para serviços menos complexos. Eles estão em boas condições e certamente ajudarão os catadores em suas atividades”, disse a coordenadora da Agenda Ambiental e Coleta Seletiva da agência, Magaly Vasconcelos.
Cada conjunto doado contém CPU, monitor, impressora, laptop, leitora de código de barras, retroprojetor,scanner, estabilizador e gravadora de CD e DVD, entre outros.
“O Brasil deixa de economizar R$ 8 bilhões a cada ano, por não conseguir reciclar parte do lixo que produz. Esse prejuízo poderia ser menor a partir de ações de inclusão social dos catadores e de melhores condições para que eles exerçam a atividade”, ressaltou o secretário executivo do Comitê Interministerial de Inclusão dos Catadores, Francisco das Chagas.
Segundo ele, a Política Nacional de Resíduos Sólidos “trouxe visibilidade, mas ainda não garantiu” a inclusão social dos catadores. “Infelizmente a legislação ainda dificulta doações para cooperativas. Mas estamos na luta para facilitar esses procedimentos”, disse Chagas.
“Desde o governo Lula, o país está eliminando essa visão assistencialista [dirigida] aos catadores, e colocando-os em um papel importante para a economia brasileira. São profissionais de grande dignidade e utilidade para a sociedade”, completou o presidente da ANA, Vicente Andreu.
Na oportunidade, foi assinado um novo termo de compromisso de adesão da agência à Agenda Ambiental na Administração Pública.