A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou hoje (12) a debater o uso do mercúrio no país. Atualmente, a substância é utilizada na fabricação de produtos como termômetros, lâmpadas e baterias de computador, além de servir de conservante para alguns tipos de vacina.
No próximo dia 19, membros de um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores participam, no Panamá, de um encontro para tratar do assunto. A expectativa é que, em 2012, seja criado um protocolo global que regulamente o uso do mercúrio.
De acordo com a chefe da Unidade de Tecnovigilância da Anvisa, Stela Candioto Melchior, o debate no país ainda está na fase “exploratória”. Segundo ela, a complexidade do tema exige que a discussão inclua acadêmicos, serviços de saúde, governo e o setor produtivo, uma vez que é preciso avaliar os custos para o controle ou o banimento do mercúrio no país.
“Ainda não existe nenhum dado concreto sobre o que a substância causa a longo prazo. Existe um risco mas, se você não consegue dimensionar esse risco para que a população tenha de fato segurança, é preciso trabalhar para que isso seja eliminado ou minimizado”, disse. “Não é uma discussão fácil”, completou.
No ano passado, entidades ligadas às áreas de saúde e meio ambiente entregaram um documento à Anvisa pedindo a proibição do uso e da fabricação de termômetros de mercúrio no Brasil. Elas propõem a criação de um programa de substituição desses produtos por alternativas que não sejam tóxicas, já que os termômetros disponíveis no mercado são frágeis e detêm grande concentração do metal.