Artilheiros de Santos e Corinthians, respectivamente, Borges e Liedson estão entre os atacantes mais letais do futebol brasileiro na atualidade. O primeiro é goleador máximo do Brasileirão, com 16 gols em 19 partidas. O segundo é a referência do ataque corintiano, com oito tentos na competição nacional e 19 no ano.
Além da coleção de gols e de serem baianos, os dois têm em comum o fato de serem goleadores “tardios”. Não foram prodígios, como o santista Neymar, que é famoso desde os 15 anos. Demoraram a aparecer, mas deslancharam.
Nascido em 1980, Borges começou a chamar a atenção no União São João-SP e foi contratado pelo Paraná Clube, em 2005, quando já tinha 25 anos. Havia passado por outros clubes, inclusive no São Caetano, em 2004. Sem, no entanto, fazer muito alarde. Deixou de ser anônimo no Paraná, onde acabou se tornando o vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2005, marcando 19 gols, desempenho que lhe garantiu uma transferência para o Vegalta Sendai, do Japão. A consagração viria no biênio 2007/2008, quando ele se transferiu para o São Paulo, sob indicação do técnico Muricy Ramalho, e foi bicampeão nacional, já com 28 anos.
Liedson apareceu um pouco mais cedo. Três anos mais velho que o concorrente, o corintiano chegou ao Coritiba em 2001, já com 24 anos. Até os 21, trabalhava como empacotador de supermercado em Valença, cidade baiana a 260 km de Salvador.
Em 2002, foi para o Flamengo, onde não fez muito sucesso, e, no ano seguinte, se tornou ídolo corintiano, marcando gols e conquistando o Paulistão daquele ano. Entre o segundo semestre de 2003 e o fim de 2010, ele jogou no Sporting, de Portugal. Fez tanto sucesso por lá que acabou naturalizado e disputou a Copa do Mundo do ano passado pela seleção lusitana.
Amanhã, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, pela 24ª rodada do Brasileirão, os dois camisas 9 serão as esperanças de gol de Peixe e Timão. Um prêmio por terem sido persistentes.