O passo mais importante ainda está por vir, mas o deste Sete de Setembro é daqueles que deixam marcas. Diante de um ginásio abarrotado de torcedores fanáticos e barulhentos em Mar del Plata, o Brasil resolveu se fazer de surdo por duas horas. Encarou os campeões olímpicos da Argentina de igual para igual, deu um show no quintal do vizinho e arrancou uma vitória heroica por 73 a 71.

Se ainda não vale a vaga olímpica ou sequer garante um cruzamento mais tranquilo na semifinal da Copa América, significa a quebra de um tabu de 16 anos sem vencer os vizinhos em torneios de primeiro nível. Londres ainda está apenas no horizonte. Mas o recado está dado.

A última vitória em campeonatos importantes tinha sido em 1995, no Pré-Olímpico de Neuquén, ainda com a geração de Oscar Schmidt. Agora, mais uma vez dentro da Argentina – e sob o comando de um argentino –, um triunfo para festejar e calibrar o otimismo no caminho para os Jogos de 2012.

No meio de tantos jogadores experientes, o grande nome do Brasil foi Rafael Hettsheimeir, que anotou 19 pontos e anulou o argentino Luis Scola em momentos importantes da partida – incluindo um toco espetacular que mandou o campeão olímpico ao chão. Apesar da marcação forte do brasileiro, Scola ainda conseguiu ser o cestinha do jogo, com 24.

“Pela seleção, foi o melhor jogo da minha carreira. Mas o importante foi a vitória. A gente fez um bom trabalho. O Scola é um jogador consagrado, mas eu estava tranquilo. No vestiário, foi uma reação normal, me deram os parabéns, mas foi mais pela vitória mesmo. Tentei fazer o que o treinador pediu, e a gente conseguiu vencer”, afirmou Rafael.

O Brasil jogaria ontem à noite contra Porto Rico, estando em jogo a posição do país na semifinal de amanhã. Os argentinos pegarim a República Dominicana, com as duas equipes também classificadas para as semis. Os dois finalistas garantem vaga nas Olimpíadas de Londres-2012.