A direção dos Correios resolveu reabrir nesta quinta-feira (29) as negociações com os servidores da estatal, em greve desde o dia 14. Uma comissão dos grevistas, organizada por alguns sindicatos estaduais dos trabalhadores dos Correios (Sintect), participa da negociação. Mas os dirigentes sindicais tiveram dificuldade para chegar à sede dos Correios em Brasília, bloqueada por piquetes desde o início da manhã por grevistas que não concordam com a formação desse grupo de negociação.
O Sintect do Distrito Federal comprou 800 marmitas para o almoço de hoje dos grevistas, que são, na maior parte, do Distrito Federal, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Para aumentar a pressão sobre a estatal, a categoria pretende trazer a Brasília, na próxima terça-feira (4), 5 mil manifestantes.
Boa parte dos dirigentes das entidades que estão à frente da greve segue orientação do Partido da Causa Operária (PCO). O secretário-geral do sindicato de Minas Gerais (Sintect-MG), Robson Silva, e a representante da diretoria da Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT, Anaí Carpone, de São Paulo, alinhados ao PCO, disseram que a categoria “só verá bons resultados” se a concentração em frente ao edifício-sede da empresa “tiver uns 5 mil servidores reunidos”.
Anaí Carpone acha difícil sair uma solução hoje. Para ela, “a maioria dos sindicatos dos trabalhadores da ECT está alinhada com partidos da base de sustentação do governo” e que esses sindicatos “não têm interesse em fazer um movimento mais ostensivo” contra o governo.