Como em todo o trabalho voluntário em prol da comunidade, o que não falta a esse grupo é empenho e dedicação. Ao todo são cerca de 100 pessoas, a grande maioria mulheres (apenas dois homens), que visitam os doentes na cidade levando apoio espiritual, além de um pouco de amor e carinho.
O grupo forma a Pastoral da Saúde da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, que no último dia 4 completou 36 anos de atividades. A atual coordenadora é Neuli Aparecida Gaspar Domingues e a vice Mary dos Santos Barbosa.
Neuli explicou que as visitas são feitas em duplas, por uma ministra (que leva a comunhão) e uma acompanhante, que vão à casa de 6 a 10 doentes. “Muitas pessoas ligam na igreja Matriz e pedem para ser visitadas. Primeiro vamos junto com o frei, para que possam se confessar e depois as visitas seguem o cronograma das duplas responsáveis por aquele setor”, disse a coordenadora.
Os voluntários da Pastoral da Saúde, antes de chegar à casa dos doentes, também se reúnem nas capelas e fazem uma celebração. Há ainda o setor da Santa Casa, quando as visitas ocorrem sorrisosas quartas e sextas-feiras, a todos os doentes desde a UTI até a hemodiálise.
Outra atividade é a confecção de fraldas descartáveis, uma vez por mês, que são doadas aos assistidos pela Pastoral e àqueles que necessitam, mesmo não sendo católicos. Mary é a coordenadora dos serviços e informou que são feitas mil fraldas por mês.
A máquina foi comprada pela equipe de voluntárias que fazem os pães na laje na igreja Matriz e doada para a Pastoral da Saúde, há uns seis anos. Mary morava em Dourados (MS) e conta que voltou a Dracena para ser voluntária na confecção de fraldas, a convite da mãe, também integrante da Pastoral da Saúde.
“Como não tinham pessoas que sabiam mexer com a máquina, e eu já tinha alguma experiência, minha mãe me convidou e decidi voltar para a cidade, onde mora toda a minha família. Estou contente aqui, trabalhando para a comunidade”, ressalta Mary.
Ela disse ainda que a Pastoral já foi a outras cidades como Junqueirópolis e Ouro Verde para ensinar outros voluntários a trabalhar com as máquinas de fraldas.
Em Dracena, dois grupos se revezam na confecção das fraldas, num total de 45 voluntárias, inclusive com pessoas que não fazem parte da Pastoral, mas gostam de ajudar.
A Pastoral da Saúde assiste de 350 a 400 doentes e atende 50 com a doação de fraldas. Também realiza a campanha do lençol, no mês de agosto, e doa cobertores, toalhas e produtos de limpeza e higiene pessoal.
DEDICAÇÃO – Coleta de Souza é um dos exemplos de que o voluntariado vale a pena em qualquer idade. Ela tem 92 anos e há uns 15 visita os doentes como acompanhante. As colegas de Pastoral têm um carinho especial por ela, porque sabem que Coleta gosta muito de participar e fica brava quando não a chamam para ajudar – comentam. Além das visitas, Coleta também faz a montagem das fraldas, dando o acabamento.
Um das dificuldades da Pastoral da Saúde é justamente a falta de voluntários. Os interessados em ajudar podem procurar a igreja Matriz para mais informações.
COORDENADORA – Neuli está há 20 anos na Pastoral da Saúde e conta que foi convidada por Eva da Silva Rodrigues, quando morava no Jardim Brasilândia. Ela ficou por seis anos como coordenadora da Pastoral na capela São José e, nesse período, chegou a buscar doentes de moto porque ambulâncias não desciam até o bairro.
Depois se mudou para o Palmeiras e hoje está no setor pertencente à capela Perpétuo Socorro. Neuli destaca que uma das visitas mais marcantes foi a que fez a uma criança com doença degenerativa. “Quando cheguei a casa, fui recebida com um sorriso tão grande, que me emocionou. Muitas vezes as pessoas estão sofrendo, mas nos recebem com um sorriso. É assim que passamos a dar mais valor a nossa vida. Pensamos que vamos ajudar alguém, mas no final, nós é que saímos ajudados”, finaliza.