A suspensão do atendimento médico a pacientes conveniados de planos de saúde surpreendeu muitas pessoas que tinham consulta marcada para hoje (21). No Distrito Federal, clientes de quatro operadoras (Amil, Bradesco, Golden Cross e SulAmérica) tiveram de remarcar o atendimento. A paralisação faz parte de uma mobilização dos médicos em 24 unidades federativas para cobrar o reajuste dos honorários.
A aposentada Maria da Conceição Rocha, 78 anos, é uma das pessoas que não conseguiram ser atendidas hoje. Ela tinha consulta agendada com um ortopedista. “Estava com essa consulta marcada desde a metade de agosto, não sei mais quando vou conseguir marcar outra. É uma dificuldade muito grande conseguir médico bom nessa especialidade, quando consigo tem paralisação. Isso é um desrespeito e falta de compromisso os pacientes.”
A aposentada contou que não ficou sabendo com antecedência da paralisação de 24 horas dos médicos. “Não sabia que teria paralisação hoje, isso é uma falta de desrespeito com o paciente, não custava nada o pessoal que agenda as consultas ligar e dizer que não teria atendimento”, reclamou.
Segundo as entidades médicas, os pacientes foram avisados com antecedência da paralisação. Os atendimentos de urgência e emergência estão mantidos.
Para o cardiologista Joubert Ariel, a paralisação é uma forma de a categoria reivindicar os seus direitos. “Sei que o cidadão fica prejudicado, mas, se não for assim, não conseguiremos atingir nosso objetivo”, disse.
Os médicos querem aumento imediato dos honorários, reajuste fixo anual da remuneração e o fim da interferência das empresas em sua autonomia. As associações médicas defendem o valor de R$ 60 por consulta. De acordo com elas, os planos pagam, em média, R$ 40. Segundo a categoria, as mensalidades dos planos foram reajustadas em 150% nos últimos anos. No entanto, as operadoras destinam menos de 20% da arrecadação para a remuneração dos profissionais.