A primavera, que começou na sexta-feira, dia 23, facilita a transmissão da varicela, popularmente conhecida como catapora. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo faz um alerta sobre sintomas, cuidados e formas para prevenir a disseminação da doença.
Geralmente benigna, a doença atinge principalmente crianças, mas os adultos infectados com o vírus requerem cuidados especiais, sobretudo se tiverem outras doenças associadas. Os surtos são mais comuns durante a primavera, quando as temperaturas estão mais elevadas.
São Paulo é o único estado do Brasil que tem um sistema de vigilância epidemiológica e monitoramento constante de surtos de catapora. Além disso, desde 2003 a Secretaria fornece gratuitamente aos municípios paulistas vacina para bloqueio e controle de surtos (dois ou mais casos em um mesmo ambiente) em creches e escolas, imunizando crianças menores de seis anos de idade. A vacina não integra o calendário do Ministério da Saúde para distribuição na rede pública. m 2010 o Estado de são Paulo registrou 39.043 casos da doença e até julho de 2011 foram registrados 1.413. O pior ano da doença no estado foi 2003, com 51,6 mil casos. “A vacinação em creches é muito importante, porque impede que outras crianças sejam infectadas, além de prevenir possíveis complicações”, afirma Telma Regina Carvalhanas, diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória, do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria.
Altamente contagiosa, a catapora se caracteriza pela presença de febre e vesículas (pintas vermelhas com líquido) espalhadas em todo o corpo, que evoluem para crostas, até a cicatrização. A maioria das crianças tem entre 250 e 500 lesões, que formam crostas e permanecem por até duas semanas. A transmissão do vírus da catapora ocorre por contato direto, através da saliva ou secreções respiratórias, ou por contato com o líquido do interior das vesículas. Depois de infectado, o paciente fica imune à doença.
Segundo Telma Carvalhanas, os infectados pelo vírus da catapora precisam ter especial atenção com as condições de higiene da pele e também se alimentar bem. No caso de crianças, deve-se ainda evitar o contato com outras crianças que estejam com a doença. “Quem estiver doente deve ficar em casa. Somente assim é possível evitar surtos”, explica a médica do CVE. A diretora orienta ainda que, uma vez doente, é preciso ter cuidado com as infecções, que podem ocorrer por causa das feridas na pele. Do contrário podem ocorrer complicações, como infecção secundária das lesões de pele, pneumonia, encefalite, complicações hemorrágicas, hepatite, artrite, e infecção invasiva grave, com risco de óbito. As pessoas com baixa imunidade podem apresentar quadros mais graves da doença. “É necessário manter o paciente muito bem higienizado. As lavagens de mãos têm que ser excessivas para evitar que as bolhas se contaminem e infecções mais graves aconteçam”, conclui Telma.
Recomendações para evitar complicações da doença catapora: *Corte sempre as unhas e deixe-as limpas; *Evite contato com pessoas com baixa capacidade de defesa; *Use roupas leves, para evitar calor e aliviar as coceiras; *Use luvas na hora de dormir, se a coceira incomodar muito; * Não arranque as crostas que se formam quando as vesículas regridem;* Mantenha-se em repouso enquanto tiver febre;* Consuma alimentos leves e muito líquido.