A Anistia Internacional pediu que o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia tome medidas para impedir a violação dos direitos humanos por parte das forças contrárias ao coronel Muammar Khadafi.

Em seu último relatório, a entidade de defesa dos direitos humanos diz que apesar de a maioria das violações, até agora, ter sido cometida por parte das tropas leais ao líder líbio, os combatentes ligados ao CNT também estão envolvidos em casos de tortura e execuções.

No documento, a Anistia acrescenta que os abusos cometidos pelas tropas pró-Khadafi incluem ataques deliberados a civis, uma campanha ampla de desaparecimentos, detenção arbitrária e tortura – atrocidades que, segundo a entidade, poderiam ser consideradas crimes de guerra.

Da parte dos opositores ao regime do coronel, o relatório denuncia o linchamento de africanos negros suspeitos de serem mercenários a favor de Khadafi, de assassinatos por vingança e tortura de soldados inimigos capturados.

A anistia informa que ainda faltam dados mais completos sobre a situação na Líbia, mas pediu que a oposição a Khadafi contenha os abusos aos direitos humanos e combata a xenofobia e o racismo.

“O CNT está enfrentando a difícil tarefa de controlar combatentes da oposição e milícias responsáveis por graves abusos de direitos humanos, incluindo possíveis crimes de guerra, mas demonstrou relutância em fazer com que eles assumam a responsabilidade por seus atos”, diz o relatório.

Mohammed Al Alagi, considerado ministro da Justiça do CNT, admite que as forças de oposição a Khadafi cometeram erros, mas diz que é incorreto descrever as suas ações como crimes de guerra.

O líder do CNT, Mustafa Abdul Jalil, fez ontem (12) na capital do país, Trípoli, seu primeiro discurso desde que o controle da cidade foi tomado.

Jalil disse que os novos líderes líbios não aceitarão qualquer “ideologia extremista” e que um Estado democrático moderno deverá ter a participação ativa das mulheres.