Apesar de o primeiro levantamento da safra de grãos 2011/2012, entre 157 milhões e 160,5 milhões de toneladas, ter apresentado uma estimativa de queda de produção em relação ao ciclo passado, há uma possibilidade considerável de que se bata este ano, pela terceira vez consecutiva, mais um recorde. De acordo com projeção divulgada hoje (6), a produção na safra 2011/2012 deve ser entre 1,5% e 3,7% menor do que a do ciclo anterior.
Segundo o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, a pesquisa é baseada em uma metodologia “mais conservadora”, que leva em conta a média de produtividade dos últimos cinco anos.
“Esse conservadorismo nos traz mais segurança”, disse Porto após explicar que a previsão do tempo para os próximos três meses é favorável, mas não pode ser levada em conta como algo preciso. Caso a tendência de estiagem para a Região Sul, considerada no estudo, não se efetive, por exemplo, a produção aumentará. O diretor da Conab ressaltou que o fator mais importante a ser considerado nesta primeira estimativa é a expectativa para a área a ser plantada, que é maior do que na safra passada.
Outros fatores que podem influir no aumento da produção são alguns indicadores trazidos pela indústria. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) estima que sejam comercializados este ano 26,5 milhões de toneladas de fertilizantes, superando em 7,7% o recorde atual, conquistado em 2007, de 24,6 milhões de toneladas.
Segundo alguns especialistas do setor, com a boa renda conquistada na safra passada, os produtores decidiram aplicar no próximo plantio todo o “pacote tecnológico”, que inclui fertilizantes e defensivos, e anteciparam as compras, escapando, em sua maioria, da alta do dólar e da elevação dos preços de insumos verificados neste momento.
Outro dado que demonstra o aumento dos investimentos feitos pelos produtores é o número de tratores e colheitadeiras entregues pela indústria. Em 2011, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que 66 mil máquinas serão vendidas. Se confirmado ao final do ano, também será um novo recorde, superando os 64.673 tratores e colheitadeiras entregues em 2010, que passaram em mais de 10 mil unidades o resultado de 2009.