O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (13), em Paris, que os governos europeus devem socorrer os bancos do continente para evitar uma nova crise financeira mundial, como ocorrida após a quebra do banco americano Lehman Brothers, em 2008.
Segundo Mantega, a crise do setor bancário europeu é o principal assunto que deverá ser discutido na reunião em Paris, nesta sexta-feira (14) e no sábado (15), dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 – grupo que reúne as economias avançadas e os principais emergentes.
De acordo com o ministro, a crise dos bancos europeus é mais grave do que se pensava há duas semanas e os outros temas do encontro poderão ficar para segundo plano.
Mantega declarou que os governos e bancos europeus estão vivendo um “dilema” e “fazendo um jogo de empurra-empurra”, onde cada um joga para o outro as medidas que devem ser tomadas para salvar as instituições financeiras.
O ministro disse “compreender” a posição dos governos europeus de não quererem assumir sozinhos a conta da recapitalização dos bancos, que seria no final paga pelos contribuintes.
Mantega defende a ideia de que a crise do setor bancário não pode ser resolvida somente pelo setor privado.
“Se todo o prejuízo for imposto aos bancos, isso poderá criar uma nova crise financeira, com consequências mais graves”, afirmou o ministro.
“A responsabilidade última é dos Estados. Até onde eles vão entrar (no capital dos bancos) ou deixar quebrar é problema deles. Eu não deixaria quebrar nenhum banco para não acontecer um novo caso Lehman Brothers”, disse Mantega.
Segundo o ministro, os governos e bancos teriam de dividir os problemas do setor. “Acho correto que se imponha perdas aos bancos. Mas os países europeus vão ter de participar da capitalização dos bancos”, disse o ministro.