Entre os dez presos hoje (7) no Rio de Janeiro, durante a Operação Black Ops, da Polícia Federal (PF), estão três policias militares e dois israelenses, detidos em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. Além deles, os agentes também prenderam três suspeitos no Espírito Santo. O grupo é acusado de integrar uma organização criminosa suspeita de explorar máquinas caça-níqueis e contrabandear carros de luxo usados.
Ao todo, foram expedidos 119 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão em 14 estados e no Distrito Federal, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Estado do Rio.
De acordo com o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira, as investigações, que contaram com apoio de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos, começaram há dois anos, depois que a polícia identificou possíveis irregularidades nas atividades de um dos israelenses presos, apontado como responsável pelo esquema.
“Passamos a observar a movimentação dele e as investigações apontaram que ele mantinha ligações com grupos internacionais. O esquema basicamente consistia na importação de veículos, o que não é ilegal, mas deve ocorrer em casos excepcionais. Percebemos que esses veículos não atendiam às hipóteses legais para que pudessem ingressar no território nacional e aqui trafegar de forma normal”, explicou.
A legislação brasileira permite a importação de veículos usados entre colecionadores, em casos de herança aberta no exterior, quando são trazidos por missões diplomáticas ou quando os veículos são antigos, com mais de 30 anos de fabricação.
Oliveira ressaltou que a polícia estima que pelo menos 100 automóveis tenham sido importados principalmente dos Estados Unidos por meio do esquema, mas acredita que o número pode ser ainda maior.
Ainda segundo a polícia, a importação dos automóveis era custeada com parte do dinheiro adquirido com a exploração de máquinas caça-níqueis.
Participam da operação cerca de 150 servidores da Receita Federal e 500 agentes da PF. Na manhã de hoje, eles apreenderam diversos carros em uma concessionária de veículos importados na Barra da Tijuca. Os policiais também encontraram veículos que podem ter sido trazidos ao Brasil por meio do esquema em um galpão no Engenho de Dentro, zona norte da cidade.
Segundo Oliveira, foram bloqueados bens dos suspeitos no valor de R$ 50 milhões, entre imóveis, veículos e contas bancárias.
Os presos poderão responder pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. As penas podem chegar a dez anos de prisão.