O Restaurante Filé Carioca que explodiu na manhã de hoje (13) na Praça Tiradentes, no centro do Rio, não tinha autorização para funcionar. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um laudo emitido pela corporação em 2010 proibiu o uso de qualquer tipo de gás em todas as dependências do edifício de 11 andares, por se tratar de imóvel antigo que não cumpria as exigências da Defesa Civil. A explosão causou a morte de três pessoas e deixou 17 pessoas feridas, sendo três em estado grave.
O comandante do Corpo de Bombeiros e secretário da Defesa Civil, Sérgio Simões, admitiu que as autoridades desconheciam a existência de um restaurante no local.
“É de responsabilidade do Corpo de Bombeiros e da prefeitura fiscalizar os estabelecimentos, mas é impossível sairmos de loja em loja verificar se a legislação está sendo cumprida. Por isso, pedimos o apoio da população, para que denuncie ao Corpo de Bombeiros ou à Defesa Civil, caso desconfie de alguma irregularidade em estabelecimentos comerciais.”
O advogado Bruno Castro, que representa o dono do restaurante, identificado apenas como Rogério, esteve no local no início da tarde e admitiu que havia seis cilindros de gás que eram utilizados para abastecer a cozinha. Castro acrescentou que o seu cliente está sedado e hospitalizado e que por isso não pode confirmar a informação de que o estabelecimento funcionava sem autorização do Corpo de Bombeiros. Ele garantiu que os donos do estabelecimento vão dar assistência às vítimas.
Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Melo, ainda é cedo para avaliar a situação, mas os proprietários devem ser responsabilizados pelo acidente. Segundo ele, os equipamentos de gás, tanto do tipo liquefeito de petróleo (GLP) – de botijão – quanto natural, devem ser armazenados em locais arejados e bem ventilados.
“O GLP é seguro e é usado em 95% dos lares brasileiros. O importante é que a instalação seja benfeita e tenha a ventilação adequada”, destacou. O presidente do Sindigás ressaltou que a explosão poderia ter sido evitada se os equipamentos contassem com a manutenção necessária.
A Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) informou, por meio de nota, que não fornece, desde 1961, gás canalizado para o prédio onde houve a explosão. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, outros imóveis na região, como o hotel vizinho, contam com o serviço de gás canalizado.